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Uma menina de 12 anos recebeu alta nas instalações da CUF, voltou a casa e no dia seguinte foi levada de emergência para o Hospital Garcia de Orta, onde acabou por morrer. A CUF admite ter aberto um inquérito interno.
O caso aconteceu dias antes do natal. Leonor, de 12 anos, foi atendida duas vezes no hospital CUF em Almada. O hospital privado abriu um inquérito interno e removeu a médica que deu alta à menor das escalas de urgência. Após ter recebido a alta, a família da paciente chamou o INEM, que a levou para o Garcia de Orta, onde Leonor acabou por morrer.
É o Público que avança este sábado com a história. A mãe da criança, Alexandra Martinho, escreve, numa publicação de Facebook, que tudo terá começado com um "jeito às costas".
"Ela desdramatizou o caso porque diz que foi a pôr a mochila (que andava sempre extremamente carregada) ao ombro e que tinha sentido apenas uma pontada. Ainda foi à aula de dança e ao almoço queixou-se que lhe estava a doer mais", conta a mãe da menina. No dia seguinte, segundo conta, dirigiu-se com a filha ao hospital CUF do Monte da Caparica. Na unidade de saúde, após observação e análises, a criança foi medicada para um problema muscular, com a indicação de que levaria entre três e cinco dias a ser sanado.
Dias depois, ainda sem melhorias, a criança regressou às urgências, onde recebeu a pulseira laranja. A mãe da menina relata que, depois, foram " atendidas por uma pediatra que nem a camisola lhe mandou tirar".
"Mandou aplicar-lhe por via intravenosa, a medicação que ela tinha estado a tomar em casa: diazepam, paracetamol e cetorolac. A Leonor adormeceu quando estava a receber o tratamento (estava exausta), mas quando acordou começou novamente a gritar com dores."
Conta Alexandra Martinho que a equipa de médicos ao serviço estranhou o ocorrido e pediu-lhe que marcasse uma consulta em pedopsiquiatria, porque a medicação era muito forte e a menina não "podia estar com tantas dores". Apesar de ter recebido alta, a situação não melhorou.
Depois de uma noite de "dores", a mãe resolveu chamar o INEM por considerar que a menina, com 34,7 graus de temperatura, "estava a entrar em hipotermia" e apresentava "manchas roxas".
"Chamei o INEM, que levou a criança hipotensa e com taquicardia para o hospital de Almada. Feitos vários exames, a equipa médica detetou sangue no músculo do tórax. Os médicos iam fazer-lhe uma TAC ao cérebro quando a minha menina entrou em paragem cardíaca. A primeira vez conseguiram reanimá-la, na segunda o coraçãozinho dela não resistiu. Os médicos suspeitavam de uma infeção ou de a Leonor estar a perder sangue."
Leonor morreu a 22 de Dezembro. O jornal Público confrontou a CUF com a história e o grupo reconhece ter aberto uma investigação interna. Foi ainda decidido "não incluir, temporariamente, a médica em questão na escala de serviços da Clínica CUF Almada, salvaguardando a competência e a experiência de mais de 27 anos que lhe é reconhecida".
Catarina Maldonado Vasconcelos / TSF
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