Nosso pensamento se volta nestes dias para o povo libanês, flagelado pela avassaladora explosão no porto de sua capital, Beirute. Em memória do sofrido Líbano, vítima há décadas de um processo revolucionário de destruição, segue um comentário de Plinio Corrêa de Oliveira, extraído de uma conferência em 16-6-1977, enaltecendo o país a propósito dos seus legendários cedros.
Elevei-me como o cedro do Líbano (Ecl. 24, 17) – Esta passagem do Livro Sagrado é aplicada a Nossa Senhora. Certas pessoas lembram tal ou qual tipo de árvore; e algumas, como a Santíssima Virgem, podem lembrar mais os cedros do Líbano. A frase tem muita poesia e beleza, sobretudo quando a sabemos relacionada com Aquela que foi escolhida para ser a Mãe de Deus.
Com base nas lições da arquetipia, podemos imaginar um cedro mítico, com a altura perfeita para um cedro, alteando-se numa montanha mítica do Líbano. Pode-se imaginar esse cedro com uma imponência e candura absolutas. O Líbano aparece como o padrão de todas as montanhas. Mesmo sabendo-se que o Himalaia é muito mais alto, somos percorridos por uma emoção e podemos preferir as legendárias montanhas do Líbano.
Podemos imaginar o cedro do Líbano de vários modos: uma mocinha poderia imaginar um cedro gracioso; um homem adulto poderia imaginar um cedro carolíngio, algo como um Carlos Magno das árvores; e ainda vários outros cedros sumamente aristocráticos e majestosos, tanto como as maiores árvores.
Quando vi o verdadeiro cedro, não tive nenhuma decepção. Na linha das árvores classificadas como coníferas, pareceu-me que aquele poderia ser um invólucro do outro cedro que eu imaginara antes de conhecê-lo.
Analogicamente, Nossa Senhora deve ter algo parecido com o cedro do Líbano, sobretudo por ter dado sua aquiescência para seu Filho ser imolado a fim de redimir o gênero humano. Além da analogia com o cedro do Líbano, por outros motivos Ela poderia também ser comparada a outros tipos de árvores, à rosa de Jericó, a pedras, a rios etc. São analogias que envolvem mistérios, como o cedro envolve um mistério. No fundo, de algum modo tudo é reflexo d’Ela, que é a síntese e modelo de tudo.
ABIM
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