segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Aveiro | Plano Municipal de Segurança Rodoviária, onde andas?

Perante mais um atropelamento em Aveiro, desta vez de duas crianças na passada semana no centro de São Bernardo, quando - segundo indicam as notícias - atravessavam uma passadeira, a MUBi quer que a autarquia dê a conhecer o estado de execução do Plano Municipal de Segurança Rodoviária e exige medidas urgentes e consequentes de redução do perigo rodoviário.


O Plano Municipal de Segurança Rodoviária do Município de Aveiro, pago pelo erário público, foi aprovado pelo Executivo Municipal há mais de três anos [1]. Tendo subsequentemente existido um aparente vazio total ao nível da comunicação deste Plano, a MUBi questiona a autarquia acerca de:
  • que medidas de mitigação da sinistralidade rodoviária constantes do Plano Municipal de Segurança Rodoviária foram já implementadas, e quais se encontram presentemente em implementação;
  • qual a calendarização inicialmente estabelecida para os planos de acção, e a calendarização actualmente prevista para as medidas ainda em falta;
  • quais os procedimentos em curso para a monitorização e controlo dos indicadores de actividade e de resultados adoptados e da execução das acções-chave;
  • quais os resultados mais recentes dessa monitorização e controlo;
  • que balanço faz a autarquia do actual estado de execução do Plano Municipal de Segurança Rodoviária.
O local onde ocorreu o atropelamento foi alvo de obras há poucos meses. Contudo, em lugar de se qualificar o espaço urbano e proteger os seus utilizadores, em especial os mais vulneráveis, o foco da intervenção recaiu na continuidade de privilegiar o automóvel.
 
A MUBi questiona, ainda, a Câmara Municipal acerca da sua resposta ao Programa de Proteção Pedonal e de Combate aos Atropelamentos [2], e ao forte e activo envolvimento que o Estado requer às autarquias nestas matérias, em especial enquanto entidades responsáveis pelo planeamento, desenho e manutenção das vias urbanas.
 
Em acréscimo às irrecuperáveis tragédias humanas, as consequências da sinistralidade rodoviária custaram em 2019 aos portugueses mais de 3700 milhões de euros [3]. A grande parte dos desastres com vítimas e dos atropelamentos continuam a ter lugar dentro das localidades e em arruamentos. É, por isso, fundamental o papel das autarquias no combate à insegurança rodoviária e a inversão da enorme falta de vontade política em desencorajar o uso do carro na cidade, em reduzir as velocidades dos veículos motorizados, em inverter a usurpação do espaço urbano pelo automóvel e distribuí-lo mais equitativamente, e em dignificar e proteger os utilizadores mais vulneráveis do espaço público.
 
A MUBi apela também aos partidos com representação nos órgãos autárquicos para que dêem mais atenção a estes assuntos.

Notas:  
[1] Câmara Municipal de Aveiro (2017), Plano Municipal de Segurança Rodoviária.
[2] Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (2018), Programa de Proteção Pedonal e de Combate aos Atropelamentos.
[3] Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (2020), Relatório Anual de Segurança Rodoviária 2019.
 

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