De título e assim vestido, Roupão Azul é feito e aconchega-se em memórias e saudade. É este o primeiro livro de poemas de Ana Paula Jardim, um livro para inaugurar 2021, com uma linguagem poética que não teme a humildade das coisas concretas. Simplicidade e sensibilidade recuperam, nos versos de Roupão Azul, um tempo que ansiando pela eternidade, percorre uma estrada algumas, muitas, cartas que ficaram por enviar, numa busca sem fim abrigada em tecido turco. Com prefácio do escritor José Luís Peixoto e a chancela da Guerra e Paz Editores, Roupão Azul chega às livrarias de todo o país no próximo dia 12 de Janeiro.
«Roupão Azul é um roupão comum e real. De Inverno. Ainda assim, não é um roupão qualquer. Vestiu um corpo antes de vestir o meu. É, também, o meu roupão poético. Com ele iniciei este caminho. Como um filho que geramos numa altura amadurecida da vida e cujo parto é difícil. Um corpo de poemas que escrevi dentro dele.»
Ana Paula Jardim, que viveu toda a sua vida ligada à cultura, aos livros à poesia como promotora de leitura na Divisão de Bibliotecas da Câmara Municipal de Oeiras, estreia-se agora no mundo da poesia com um livro dedicado à memória do pai. Um livro que expurga memórias de uma infância eterna numa dimensão realista e simultaneamente ficcionada. «Existe o olhar de uma criança neste tecido literário e poético que construí, mas também o de uma mulher adulta.»
Roupão Azul é mais do que um título, é a materialização da palavra saudade para esta autora, é um objecto poético, que simultaneamente inspira e protege. «Com as minhas mãos nos bolsos buscando as palavras. Entrego-as aos leitores para que se apropriem delas. Para as tornarem ou não suas». É esta intimidade que promete envolver o leitor, como se ela fosse feita de pano turco.
O escritor José Luís Peixoto, que de alguma forma – assume a autora – «apadrinha» esta estreia literária, afirma que «este é um livro que podemos vestir, roupão de uma cor específica, exactamente como o roupão que recordamos, com o toque que conhecemos tão bem». É do conceituado autor, herdeiro de Saramago, pelo prémio que lhe foi atribuído, o prefácio desta belíssima edição.
Esta é também uma obra que dialoga com o mundo, que procura um sentido para a vida e que apresenta contrastes. Diz Peixoto, que «entre o familiar e o misterioso, entre as ruínas da memória e a nitidez do aqui, entre as palavras e o indizível, molda-se um mundo» neste «álbum de fotografias, no interior do tempo».
Vista este Roupão Azul a partir do próximo dia 12 de Janeiro. A obra, que conta com a chancela da Guerra e Paz Editores, estará disponível nessa data nas livrarias e no site oficial da editora.
Roupão Azul
Ana Paula Jardim
Ficção / Poesia
88 páginas · 16,5x20 · 10,00€
Nas livrarias a 12 de Janeiro
Guerra e Paz, Editores
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