Decorreu no passado dia 29 de janeiro o VIII Encontro das Associações de Pais e Encarregados de Educação do concelho de Leiria, uma iniciativa do Município de Leiria, no âmbito do Projeto Educativo Municipal, desta feita em suporte online.
Esta edição, que abordou a temática da ansiedade junto das crianças e jovens, contou com a participação de Paulo Costa, Psicólogo Pediátrico e especialista de referência, que ajudou os participantes a perceberem a Saúde Mental das crianças e jovens, através da abordagem das problemáticas do medo, preocupação e ansiedade em tempos pandémicos.
No decorrer do encontro, os 42 representantes das Associações de Pais e Encarregados de Educação colocaram várias questões sobre a gestão do uso dos ecrãs pelas crianças e jovens, num contexto de ensino à distância, impedidos de contactarem fisicamente com os colegas e amigos e vendo-se condicionados às redes sociais para interagirem e até brincarem.
Também as questões relacionadas com o facto de as crianças a partir dos 12 anos ficarem em casa sozinhas ou como gerir a ansiedade face ao confinamento obrigatório foram discutidas e partilhadas.
“O controlo parental é muito importante quer seja relativamente aos conteúdos, quer seja sobre o estabelecimento de normas e horários dedicados ao tempo de uso dos ecrãs”, afirmou Paulo Costa, que sublinhou ainda que estas regras também devem aplicar-se aos adultos. “Não faz sentido impedir os filhos de usarem o telemóvel se o pai ou a mãe não abdicam do facebook, por exemplo”, acrescenta.
A gestão do tempo em casa foi amplamente debatida, sublinhando-se a importância das rotinas, da participação de todos nas tarefas domésticas como reforço da autonomia das crianças e jovens e contributo para a sua autovalorização. Foi disponibilizado um conjunto de recursos e atividades que podem ser utilizados para uma gestão do tempo de confinamento, salientando-se ainda a importância de recorrer a atividades ao ar livre, no cumprimento estrito das normas de segurança.
Nesta sessão com as associações de pais e encarregados de educação, Paulo Costa salientou ainda o papel das equipas multidisciplinares e a eficácia do trabalho que está a ser desenvolvido nas escolas, o que faz com que cada vez cheguem menos casos de saúde mental para intervenção clínica ao hospital.
Como nota final, referiu que a ansiedade é normal quando adaptativa e promotora da ação, mas pode revelar-se como nociva sempre que sejam observados quadros de comportamento negativo e isolacionista.
A chave está na atitude preventiva e na promoção de competências positivas juntos dos filhos.
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