- Eugenio Trujillo Villegas*
Bogotá, Medellín e Cali, as três principais cidades da Colômbia, acabam de completar seu primeiro ano governadas por prefeitos de extrema-esquerda. Nenhum deles foi escolhido por representar os desejos de suas respectivas populações, mas sim pela catastrófica circunstância de os votos do centro e da direita terem sido divididos entre vários candidatos, abrindo uma lacuna por onde os candidatos da esquerda esgueiraram-se triunfantes.
Lamentável realidade, que esperamos não se repita nas próximas eleições presidenciais de 2022. Por isso é importante fazer um balanço do que esses prefeitos fizeram durante seu primeiro ano de mandato.
Prefeita de Bogotá: lésbica e feminista radical
Em Bogotá foi eleita Claudia López [foto], uma lésbica e feminista radical. Sua agenda de governo promove a revolução homossexual, a ideologia de gênero e, claro, o populismo socialista também. Mas, acima de tudo, ela tenta catapultar sua própria figura de forma grotesca e egocêntrica, já que busca que sua passagem pela prefeitura a torne uma firme candidata presidencial em um futuro imediato.
Enfrenta aos gritos qualquer um, incluindo o Presidente da República, os ministros, os comandantes das Forças Armadas ou o mais humilde cidadão, dando uma triste demonstração de carreirismo e orgulho, que geralmente termina na tomada de múltiplas decisões erradas que vão levando a capital ao desastre.
Medellín é governada por um aventureiro irresponsável
Em Medellín, a segunda maior cidade do país, elegeu-se Daniel Quintero [foto], um jovem aventureiro emergido das entranhas da convulsão social, mas daquela que está à beira do terrorismo e da subversão. Isso é demonstrado pelos famosos vídeos em que ele aparece encapuzado fazendo arengas marxistas durante as últimas eleições presidenciais.
Seu primeiro ano de governo tem as piores qualificações, principalmente porque ele arremeteu contra o conglomerado empresarial de Empresas Públicas de Medellín (EPM), um dos maiores da Colômbia, gerador de energia e prestador de serviços públicos em várias cidades dentro e fora do país. Esse grupo empresarial que atua como uma multinacional privada que é um exemplo de eficiência e orgulho para o seu departamento e para a Colômbia, foi tomado de assalto na tentativa de transformá-lo numa fortaleza política ao serviço dos interesses partidários do prefeito.
Se este objetivo sinistro for alcançado, um verdadeiro desastre econômico se desencadeará em Medellín e no departamento de Antioquia, que têm na EPM seu maior gerador de receitas. Como a EPM é para Medellín e Antioquia o que a PDVSA foi para a Venezuela e o Chavismo, a extrema-esquerda quer tomá-la para administrar os enormes recursos que administra por conta própria e assim transformá-la em fonte de recursos para financiar a revolução socialista na Colômbia.
O prefeito de Cali tem dezenas de investigações
Por fim, há o prefeito de Cali, Jorge Iván Ospina [foto], que já ocupou o cargo entre 2008 e 2011, deixando em sua passagem um rastro de corrupção e má gestão administrativa que lhe renderam dezenas de processos de investigação por órgãos de controle do Estado, que obviamente não levam a lugar nenhum.
Bem, em seu primeiro ano no cargo, ele voltou às aventuras pouco claras de seu mandato anterior. Aproveitando a crise pandêmica, assinou contratos de mais de 160 milhões de dólares, beneficiando seus comparsas políticos, de tal forma que o orçamento da cidade está sangrando descontroladamente.
Entre os gastos mais notórios por sua inutilidade e alto custo, está o de uma feira virtual de Cali que foi veiculada por redes sociais gratuitas, e uma iluminação natalina que percorria as ruas da cidade em uma caravana de caminhões, gerando aglomerações não permitidas devido à pandemia. Além disso, com uma Câmara Municipal conivente, ele obteve a aprovação de uma dívida de 650 bilhões de pesos (cerca de US $ 200 milhões), sem apresentar nenhum plano de execução de projetos a serem executados. Ou seja, como se fosse uma caixa menor que pode ser gasta à vontade.
O denominador comum dessas três administrações é claro e mostra o que seria um eventual governo de esquerda na Colômbia. Sob o pretexto da emergência sanitária em que estamos imersos, esses três prefeitos atribuíram recursos consideráveis, sem qualquer controle ou concurso prévio, para fazer face às despesas de saúde, compra de medicamentos e material médico, bem como na adaptação dos centros médicos, em ajuda humanitária aos mais necessitados, em supostos planos de geração de empregos e, claro, no atendimento às máquinas políticas dos respectivos prefeitos.
Sem nenhum planejamento, o dinheiro público flui em abundância entre algumas máfias contratantes criadas por cada um desses prefeitos, diante da indolência de todos e da cumplicidade dos organismos de controle.
A justiça foi cooptada pelo crime
Esses representantes da esquerda chavista roubam em plena luz do dia, sem nenhuma receio de serem denunciados ou punidos, pois o mais trágico que está acontecendo na Colômbia agora é que a justiça foi cooptada pelo crime. O chamado Cartel da Toga, com seus enormes tentáculos, se encarrega de absolver os acusados, engavetando os processos para que prescrevam por caducidade, ou mesmo impedindo o início de qualquer investigação.
Os cidadãos que desejam uma administração honesta e transparente se perguntam: como é que esses contratos corruptos saem publicados nos jornais, na televisão, e nenhum órgão de controle estatal inicia uma investigação? Onde estão o Ministério Público, a Procuradoria-Geral da República e a Controladoria? Por que o presidente, o vice-presidente e os ministros não denunciam esses casos e exigem uma investigação rigorosa dos órgãos de controle? É simplesmente inexplicável que os encarregados de fiscalizar a conduta desses funcionários públicos nada percebam, quando as pessoas menos informadas do país estão perfeitamente cientes de toda a sua corrupção.
Algo muito grave está acontecendo na Colômbia quando esses monumentos à corrupção passam despercebidos às autoridades, quando a justiça não age diante de tais evidências e quando os cidadãos não exigem honestidade de seus líderes. Se continuarmos assim, amanhã não poderemos reclamar do abismo que iremos atingir. E se alguém quiser conhecê-lo desde já, basta olhar para a Venezuela. Ela está alguns anos à nossa frente, mas no ritmo em que estamos, alcançá-la-emos em breve.
ABIM
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*Diretor da Sociedad Colombiana Tradición y Acción
– Tradução: Hélio Dias Viana.
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