O Serviço de Cardiologia do Hospital Amato Lusitano, integrado na Unidade Local de Saúde (ULS) Castelo Branco, está a trabalhar num projeto em que os doentes com insuficiência cardíaca partilham os seus dados sem terem de se deslocar a Castelo Branco, foi hoje anunciado.
«Trata-se de uma teleconsulta, mas com dados objetivos, obtidos em tempo real a partir dos dispositivos implantados, alguns para tratamento da insuficiência cardíaca, mas também de pacemakers corrigindo bloqueios cardíacos», disse à agência Lusa o Diretor do Serviço de Cardiologia, Francisco Paisana.
O hospital começou a trabalhar com o Centro de Saúde da Sertã neste projeto há cerca de um ano, que permite que os doentes com insuficiência cardíaca consigam partilhar os seus dados sem terem de se deslocar à unidade de saúde albicastrense.
A Sertã, no distrito de Castelo Branco, é um dos concelhos com maior número de pessoas a implantar pacemakers, um cenário que é justificado pelo envelhecimento da população.
Este município é ainda um dos que está mais distante do Centro de Pacing da Unidade Local de Saúde de Castelo Branco (ULSCB).
Este projeto permite que os doentes da Sertã e dos concelhos limítrofes possam ser seguidos.
A tecnologia utilizada permite ainda efetuar a consulta de vigilância dos parâmetros de funcionamento, transmitindo a partir do Centro de Saúde para a Unidade de Pacing de Castelo Branco que regista e orienta futuras consultas.
«Assim temos a vantagem da consulta de proximidade com os benefícios inerentes». Não só na «implantação e vigilância remota dos pacemakers alocados ao tratamento da insuficiência cardíaca (onde se inclui o pacing hisiano), mas também na vigilância em tempo real dos pacemakers comuns”, sublinha o cardiologista.
Projeto permite controlo sobre o estado do doente e redução de custos associados
A insuficiência cardíaca atinge mais de 400 mil portugueses, sendo fortemente incapacitante e causadora de uma grande deterioração da qualidade de vida. Adicionalmente, esta patologia representa 3,4% dos custos anuais em saúde e é a primeira causa de internamentos acima dos 65 anos.
Face a estes números, Francisco Paisana realça a importância em reconhecer que a insuficiência cardíaca implica um diagnóstico e tratamento rápido para controlo da condição.
Este projeto permite um controlo sobre o estado do doente, possibilitando a gestão de cenários de crise e facilita ainda uma redução de custos associados, especialmente para a população que teria de se deslocar de ambulância ou táxi até Castelo Branco.
Além disso, devido ao período de pandemia que se vive, é um projeto seguro para os doentes, observa ainda o responsável.
Visite:
ULS Castelo Branco – http://www.ulscb.min-saude.pt/
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