Depois de alguns anos em paradeiro incerto, o quadro com a imagem de João Grave pintado por alunos do concelho de Vagos, foi encontrado, resgatado e devolvido ao Município.
O passado dia 27 de março ficou marcado por um momento particularmente marcante e de singular importância para a cultura no concelho de Vagos.
Num pequeno evento, mas carregado de simbolismo, que decorreu na Biblioteca Municipal João Grave, o munícipe João Santiago devolveu ao Município um quadro de João Grave que foi pintado por um conjunto de antigos alunos do concelho no final da década de 70.
Esta obra será agora alvo de melhoramentos ao nível do enquadramento e do restauro de parte da tela e, posteriormente, ficará exposta na Biblioteca Municipal João Grave, por forma a que todos os visitantes possam ter a oportunidade de a contemplar.
Na sequência da entrega desta obra ao Município, o co-autor João Santiago mostrou-se particularmente satisfeito referindo que “este ato tem todo o significado pois reaviva a memória de João Grave a Vagos, a sua terra. Ele é, por cá conhecido, mas não foi sempre assim, de tal maneira que posso dizer que, em tempo João Grave era mais valorizado fora do seu concelho nomeadamente no Porto, do que entre nós. Ainda bem que as coisas, entretanto, foram mudando. O facto de esta obra ter estado em paradeiro incerto durante tanto tempo inquietava-me imenso. Eu sempre manifestei o interesse em devolvê-la à casa de onde ele nunca deveria ter saído, ou seja, a Biblioteca Municipal João Grave.”
O presidente da Câmara Municipal que recebeu o quadro das mãos de João Santiago, manifestou-se particularmente satisfeito “por esta obra estar novamente disponível para, depois de ser convenientemente tratada, ser exibida em lugar de grande dignidade e destaque, na Biblioteca Municipal Joaão Grave, acrescentando que este sábado, dia 27 de março, é o dia em que o Município vê, com muita alegria, devolvida uma obra muito importante do seu espólio cultural, com grande simbolismo.”
Joãom Grave nasceu em Vagos a 1 de junho de 1872, foi escritor e jornalista. Autor de obras de ficção, crónica, ensaio e poesia. Como jornalista chefiou a redação do Diário da Tarde e colaborou nos jornais Província, Século e Diário de Notícias e em vários órgãos da imprensa brasileira. Foi diretor da Biblioteca Municipal do Porto, dirigiu o dicionário enciclopédico Lello Universal e colaborou nas revistas Brasil-Portugal (1899-1914), Revista nova (1901-1902) e Serões (1901-1911). Autor de inúmeras obras literárias, de onde se podem destacar títulos como "Livro de Sonhos", "Gente Pobre", "Os sacrificados" e "Gleba", entre muitos outros que revelaram um percurso inicialmente trilhado sob a influência dos naturalistas, nomeadamente Emile Zola evoluindo, posteriormente, na linha dos romances e dos costumes.
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