Ontem, dia 04 de maio, foi inaugurado oficialmente o troço da linha da Beira Baixa entre a Covilhã e a Guarda, após mais de uma década sem circulação e transporte ferroviário de passageiros e mercadorias.
A cerimónia decorreu ao fim da manhã, na estação ferroviária da Covilhã, e contou com as presenças do Ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, da Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, do Presidente da Infraestruturas de Portugal (IP), António Laranjo, do Presidente da CP - Comboios de Portugal, Nuno Freitas, e dos autarcas da região.
O investimento total no projeto de modernização deste troço da linha da Beira Baixa, inativo desde 2009, foi de 77 milhões de euros. A intervenção foi executada pela Infraestruturas de Portugal (IP), no âmbito do programa de investimentos de requalificação da Rede Ferroviária Nacional “Ferrovia 2020”, comparticipado por Fundos da União Europeia, através do “Compete 2020”.
A obra incluiu a renovação integral de 36 dos 46 quilómetros do troço (dez já anteriormente intervencionados), a reabilitação de seis pontes centenárias, a remodelação de estações e apeadeiros, a iluminação, automatização e supressão de passagens de nível, a drenagem e estabilização de taludes, entre outras intervenções.
A CP, na sequência das obras de renovação integral do troço ferroviário, implementa um novo modelo de oferta ferroviária, que responde às necessidades de mobilidade das populações e se traduz numa oferta integrada dos serviços Intercidades e Regional das Linhas da Beira Baixa e Beira Alta. Assim, passam a circular diariamente oito comboios Intercidades (quatro por sentido) e mais quatro comboios Regionais (dois por sentido), que vão efetuar paragem em todas as localidades, situadas entre a Covilhã e a Guarda.
Na cerimónia, o Presidente da Câmara Municipal da Covilhã, Vítor Pereira, como anfitrião, deu as boas vindas a todos os presentes e celebrou o “início da 2ª vida do troço ferroviário entre a Covilhã e a Guarda”. Para o autarca, “estamos perante um novo capítulo para a mobilidade na região, que se pode resumir em 3 palavras: oportunidade, conectividade e esperança”.
Vítor Pereira aproveitou a ocasião e a presença de membros do Governo para fazer uma série de reivindicações. “Agora, é imperioso que os serviços sejam compatíveis com as necessidades das populações. Só deixa o carro em casa quem tem uma oferta comercial competitiva por parte da ferrovia”, defendeu o autarca, apelando a uma revisão dos horários e dos “preços proibitivos para o utilizador diário” do comboio”. O edil da Covilhã destacou ainda que “são essenciais as ligações ao Norte, a cidades como Aveiro, Porto e Braga; a extensão para a Covilhã de todas as ligações da Linha da Beira Alta, permitindo a ligação a Coimbra; a introdução de serviços ferroviários com Salamanca e Madrid, para reforçar a centralidade ibérica da região; a reposição do Sud Expresso, pois é essencial para as comunidades emigrantes; uma ligação Covilhã-Lisboa mais rápida, com uma viagem de 02h45 em 2030”.
Vítor Pereira apelou ainda para que as rodovias “IC6 e IC31 saiam do papel e contribuam para o desenvolvimento da região”.
O Ministro Pedro Nuno Santos terminou a cerimónia de inauguração afirmando que “está em curso a revolução dos caminhos de ferro em Portugal e este é mais um passo nesse processo”. Para o governante, com a reabertura deste troço ferroviário “faz-se justiça a uma população, a um território, promovendo também um desenvolvimento mais harmonioso no nosso país”.
O desenvolvimento do Interior “é uma questão de direito, de justiça e de interesse nacional”, pelo que estão de parabéns a “região e as populações, que finalmente conseguiram aquilo que nunca deviam ter perdido”, conclui o Ministro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário