Durante o mês de agosto, a Biblioteca Municipal tem disponível, no espaço “viagem no tempo”, vários utensílios agrícolas, por exemplo arado de madeira, peneira, várias forquilhas, enxadões, podoa, serrote, um motor de rega ou uma pá com que se limpava a azeitona. Ainda que alguns possam ter utilidade atualmente, há outros que foram ultrapassados por maquinaria ligeira para uma maior rapidez no trabalho agrícola. “Os utensílios que hoje apresentamos refletem uma agricultura à base da força humana e animal, quão diferente da atual. O seu estado de desgaste demonstra-nos a sua contínua utilização até à exaustão, muitas mãos calejadas pegaram nos cabos para os acionar. Ao contrário dos tempos mais recentes, eram utilizados até já estarem completamente rotos”, refere Virgílio Dias Moreira, proprietário do espólio disponibilizado, recordando uma época em que ainda existiam muitas forjas nas aldeias do concelho, que construíam o utensílio adaptado a quem o usava, “conforme era destro ou esquerdino, alto ou baixo. Saber prepará-los era uma arte. Não eram todos os que sabiam encavar bem uma enxada, enxadão ou afiar um serrote”.
Saídos da arrecadação para o espaço da Biblioteca, o objetivo desta pequena exposição é mostrar aos utilizadores deste espaço uma realidade que nem todos conheceram, principalmente as gerações mais novas. “Muito se progrediu desde o tempo em que tiveram a sua época áurea. Hoje aqui estão para nos lembrarem que o degrau que ocuparam na sua época também foi necessário para chegar onde estamos hoje”, acrescenta Virgílio Dias Moreira.
Para além desta mostra, é ainda possível ver no Auditório Municipal, também até final do mês de agosto, a exposição de pintura de Helena Manso Lopes, intitulada “Personalidades”.
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