terça-feira, 3 de agosto de 2021

Fidelcastrismo sem Fidel Castro

A polícia cubana reprime as manifestações contra a ditadura, em Havana no dia 13 de julho último.

  • Plinio Corrêa de Oliveira

Segundo relatório que a Comissão Especial sobre Cuba apresentou à Associação Interamericana de Imprensa, reunida [em 1969] em Washington, Fidel Castro, premido por insucessos econômicos e diplomáticos de várias ordens, cogitou — para continuar no poder — mudar sua política em relação à América latina, propondo a esta um regime de coexistência pacífica.

Segundo aviso dado pela irmã de Fidel, Juanita Castro, à referida Comissão, o comunismo cubano, apoiado em “manobras de alguns setores norte-americanos e latino-americanos” empenhados em impedir ou pelo menos retardar a libertação do povo cubano do marxismo, pensaria até mesmo, para aliviar a situação, em derrubar o periclitante ditador, substituindo-o por algum outro líder vermelho.

Como é fácil ver, essa mudança propiciaria, fora de Cuba, a impressão de que o comunismo já não é tão feroz na Ilha. Essa impressão, por sua vez, criaria um clima favorável à coexistência. E a coexistência, afrouxando as tensões que estrangulam o comunismo cubano, proporcionaria a este uma sobrevida.

Assim, com Castro ou sem Castro, é para a coexistência, forçosamente velhaca e dolosa, que caminharia a Cuba vermelha.

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(Excertos do artigo de Plinio Corrêa de Oliveira na “Folha de S. Paulo”, em 9-11-1969)

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