sexta-feira, 24 de setembro de 2021

José Pacheco Pereira: «Toda a vida, sempre fui político»


Aos 72 anos, José Pacheco Pereira, um dos mais influentes formadores de opinião, político e historiador, conta, numa entrevista biográfica concedida a José Jorge Letria, os caminhos, os episódios e as figuras que marcaram a sua vida. Uma conversa que resultou no livro José Pacheco Pereira – A Vida Contada nos Papéis da Memória. A obra, editada pela Guerra e Paz Editores, com o apoio da Sociedade Portuguesa de Autores, estará disponível na rede livreira nacional no próximo dia 28 de Setembro.
«Feito pelo Porto, pelos livros, pelo 25 de Abril, pelos amigos, pela memória, pela curiosidade. Já é bastante.». Natural do Porto, José Pacheco Pereira confessa, no livro José Pacheco Pereira – A Vida Contada nos Papéis da Memória, o seu amor e identidade profunda com a geografia, mistério, história e magia da cidade. Foi lá que fez amigos que o marcaram ao longo da vida, de Eugénio de Andrade, que teve um grande papel na sua formação, a Natália Correia, com a qual partilhou poesia da beat generation, e ao poeta e tradutor Vasco Graça Moura, que veio a ser deputado, como ele, no Parlamento Europeu.

Do presente e do futuro, fala-nos da sua vida e de como, na política, aprendeu muito sobre o comportamento das pessoas, como se faz uma bomba, se imprimem panfletos e qual é o papel das palavras. «Sempre tive muita consciência das dificuldades das pessoas. Depois, mesmo na vida política, aprendi isso.» Pacheco Pereira fala dos tempos em que foi maoista na clandestinidade e de como, ainda jovem, foi um activo opositor ao regime fascista. Após a ditadura, foi deputado na Assembleia da República e no Parlamento Europeu, dirigente do PSD e Vice-Presidente do Instituto Luso-Árabe para a Cooperação.

Diz que sempre foi um político e que de nada se arrepende, tendo há muito deixado de se assumir como o menino «D. José», que tinha um título nobiliárquico e um expressivo anel de família. É esse tom único e inconfundível, de quem assume posições firmes e críticas sobre tudo o que não pode deixá‑lo indiferente, que lhe reconhecemos hoje como comentador televisivo na Circulatura do Quadrado e como cronista no Público.

Conta ainda porque se demitiu de embaixador da UNESCO e como foi o mergulho na pesquisa da história do PCP e da vida de Álvaro Cunhal, para o qual avançou mesmo sem o apoio do partido, mas que hoje é visto como «uma coisa magnífica» por importantes quadros comunistas.

Hoje, o seu combate central é pela consolidação do Ephemera, uma experiência arquivística sem paralelo em Portugal, que tem uma importante missão a cumprir: atrair acervos documentais para a história da política, do associativismo e da cultura. Foi nesse espaço, com sede no Barreiro, que Pacheco Pereira recebeu José Jorge Letria para a conversa que originou o livro. Deixa-nos, por fim, uma pequena reflexão sobre a pandemia, a perda e a memória.

José Pacheco Pereira – A Vida Contada nos Papéis da Memória chega às livrarias de todo o país no próximo dia 28 de Setembro. O 20.º livro da colecção «O Fio da Memória», resultante da parceria entre a Guerra e Paz Editores e a Sociedade Portuguesa de Autores, poderá ainda ser adquirido no site oficial da Guerra e Paz Editores.

José Pacheco Pereira – A Vida Contada nos Papéis da Memória
Diálogo com José Jorge Letria
Não Ficção / Biografia
Colecção O Fio da Memória
120 páginas · 15x20 · 13,99 €
Nas livrarias a 28 de Setembro
Guerra e Paz, Editores

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