Biólogo marinho adianta que o tubarão mais avistado em Portugal é um dos maiores do mundo, mas também o mais inofensivo.
foram avistados três tubarões nas praias da Figueira da Foz, litoral do distrito de Coimbra, no domingo, levando a que várias das praias fossem vistoriadas e à proibição de banhistas no mar. Há razões para alarme? Élio Vicente, biólogo marinho, responde.
"Existem tubarões nas nossas águas há milhões de anos e há mais de 600 espécies de tubarão já identificadas no mundo inteiro. Ter medo de todos os tubarões, como se todos fizessem mal aos humanos, é como deixar de comer fruta só porque se é alérgico a ananás. Não podemos ser demasiado excessivos nestas coisas, mas não sabemos que espécies de tubarão é que foram avistadas. Estatisticamente sabemos que em Portugal não existem espécies que representem perigo para o bem-estar humano", explicou à TSF Élio Vicente.
O biólogo marinho adianta que o tubarão mais avistado em Portugal é um dos maiores do mundo, mas também o mais inofensivo.
"Uma das espécies mais comuns de avistar durante o verão na nossa costa é o tubarão-frade, que é o segundo maior peixe do mundo e, por inerência, também o segundo maior tubarão. O primeiro é o tubarão-baleia, mas os dois maiores peixes do mundo, que são igualmente tubarões, são dos mais inofensivos e pacíficos que existem. Não representam qualquer tipo de ameaça porque podem ter 14 ou 18 metros, mas nem sequer têm dentes que nos possam fazer mal. Há que ter cuidado sem nos esquecermos que até o cão, que é o melhor amigo do homem, podem representar perigo para os humanos", afirmou o biólogo marinho.
Já quanto aos golfinhos selvagens, que também são comuns na costa portuguesa, deve manter-se a distância.
"Os golfinhos podem ser uma ameaça porque são animais muito possantes, rápidos, conseguem fazer apneias durante cerca de 12 minutos e para defenderem as suas crias, que normalmente estão perto das suas progenitoras, poderão tomar medidas mais drásticas. Normalmente os golfinhos têm o bom senso de se afastarem na presença de humanos, até porque os humanos tendem a ser barulhentos, eles sabem que podem ser perigosos e até lhes assustam a comida, etc., mas se os golfinhos estiverem dentro de água eu, biólogo marinho, garantidamente saírem da água imediatamente. Se for um tubarão provavelmente ficarei à espera, com muito respeito e cuidado, mas terei muito mais medo de um golfinho selvagem do que um tubarão nas águas portuguesas. Que fique claro que me refiro às águas portuguesas, onde não há registo de espécies de tubarão que representem uma ameaça direta para o bem-estar dos humanos", acrescentou Élio Vicente.
Gabriela Batista / Cátia Carmo / TSF
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