A média da temperatura global a 20 anos está prestes a ultrapassar o aquecimento de um grau centígrado e o aumento do nível do mar no planeta atingiu este ano um novo recorde, são algumas das conclusões do trabalho agora divulgado pela OMM.
A revelação dos dados coincidiu com o arranque da 26.ª Conferência das Partes, a Cimeira do Clima das Nações Unidas. Os delegados das diversas representações deram início à COP26 este domingo, em Glasgow, na Escócia.
Ao mesmo tempo, em Roma, os líderes das 20 maiores economias do mundo faziam os respetivos desejos com o tradicional atirar de uma moeda para a Fonte de Trevi, um momento simbólico que encerrou a reunião do G20 iniciada na sexta-feira.
O presidente dos Estados Unidos resumiu as discussões na capital italiana e antecipou a COP26, com o anúncio de uma "vitória urgente para a agenda climática".
No entanto, ao mesmo tempo que também o primeiro-ministro de Itália e o Presidente de França enalteciam a cimeira deste fim de semana do G20 como um sucesso, com um novo compromisso para cumprir as metas estabelecidas em 2015, no Acordo de Paris, o secretário-geral da ONU dizia deixar Roma com "a esperança frustrada, mas não enterrada".
Pelas redes sociais, António Guterres disse que "os recentes anúncios de ação pelo clima são bem vindos, mas o mundo está em rota para um calamitoso aumento das temperaturas globais".
"É preciso trabalhar antes que seja tarde de mais", insistiu Guterres já esta segunda-feira de manhã, concluindo uma série de "twits", nos quais sublinhou que "partes da Amazónia emitem agora mais carbono do que o que absorvem, o aumento do nível do mar segue dobrou o ritmo de há 30 anos e os últimos sete anos estão a caminho de se tornarem os mais quentes desde que há registos."
Para esta segunda-feira está marcado o primeiro de dois dias de reunião de líderes nesta COP26, de onde se espera que saia o anúncio de medidas concretas para cumprir as metas estabelecidas no Acordo de Paris.
Os objetivos passam por se alcançar, em 2050, um nível zero de emissões de carbono a nível mundial e limitar o aquecimento global a 1,5°C face ao período pré-industrial, evitando a concretização trágica das previsões da ONU de um agravamento de 2,7°C se se mantiverem os comportamentos atuais.
Nas ruas de Glasgow, milhares de ecologistas concentram-se desde a semana passada para protestos contra a passividade dos governantes na luta contra o aquecimento global, para exigir mais ação para travar o financiamento de atividades poluentes e para consciencializar a população para a emergência climática.
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