Tem 44 anos.
É judeu, filho de um professor e de uma engenheira e nasceu a 25 de Janeiro de 1978 em Kryvvi Rih, uma região russófona do Sudeste da Ucrânia, na época ainda parte da União Soviética.
Licenciou-se em Direito e decidiu ser comediante e actor. Fundou uma produtora de televisão, participou em oito filmes e três programas de TV - entre os quais "Servidor do Povo" uma série de comédia que, entre 2015 e 2019, foi um dos maiores sucessos da TV ucraniana e na qual representava o papel de Presidente da Ucrânia.
Em 2018 criou um partido político - "Servidores do Povo" e a 31 de Dezembro de 2018 anunciou a sua candidatura a presidente da Ucrânia. E ganhou as eleições presidenciais a 21 de Abril de 2019 com 73% dos votos expressos pelo povo ucraniano.
É casado desde 2003 com Olena Kiyashko, uma colega de escola, com quem tem dois filhos, Oleksandra de 17 anos e Kyrylo de 9.
A sua língua nativa é o russo mas domina o ucraniano e o inglês.
Volodymyr Oleksandrovych Zelenskyy é hoje líder de 44 milhões de ucranianos num dos momentos mais negros da sua história, invadidos por centenas de milhares de soldados russos. Uma guerra total, mas desigual, contra um gigante militar, económico e industrial, contra o maior país do mundo com um território que cobre 11% da superfície do planeta Terra.
44 milhões de ucranianos que lutam quase sozinhos, mas de forma corajosa e determinada pela sobrevivência do seu país. Liderados por alguém que, de há meses a esta parte, ergue-se e faz frente a gigantes sem mostrar medo. Como um David frente a um Golias.
Neste momento Zelenskyy está em Kyiv a capital. Cercado pelos russos a quem representa, neste momento, o inimigo número um a abater.
Teria sido legítimo e se calhar correcto e lógico que tivesse abandonado Kyiv rumo a um local mais seguro de onde pudesse continuar a liderar a Ucrânia neste momento negro.
Porque nestes momentos o líder tem de ser protegido a todo o custo. Como, por exemplo, fizeram os americanos a 11 de Setembro de 2001 quando obrigaram George W. Bush a voar horas e horas de um lado para outro no Air Force One, escoltado, protegido e seguro.
São os protocolos. E os protocolos têm sempre a sua lógica...
Mas Zelenskyy ficou.
Permaneceu no posto.
E recusou sair. E quando até os próprios americanos se ofereceram para o tirar da capital respondeu que não precisava de uma boleia mas sim de munições.
"Leading from the front"...
Mesmo sem disparar um tiro, atirar uma granada ou um Cocktail Molotov, Volodymyr Oleksandrovych Zelenskyy está a lutar.
A liderar.
A comandar.
Não na segurança de uma rectaguarda.
Mas na frente.
Debaixo de fogo.
No olho do furacão.
E isso...é coragem. É bravura. É força.
E isso merece todo o respeito.
Num mundo onde políticos assumem lideranças para se tornarem, muitas vezes, comediantes ou até palhaços não deixa de ter o seu quê de inspirador ver um comediante que, chegado ao poder, se tornou um verdadeiro líder.
Nunca se subestime aquilo que alguém é capaz de fazer quando está a lutar, de costas para a parede, por aquilo que lhe é mais sagrado...
Autor: Ricardo Marques
Fonte: Facebook 06/03/2022
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