O aumento do investimento em 23%, relativamente a 2020 e a assinalável contenção da despesa corrente, traduzida numa poupança de 6 milhões de euros canalizados para despesas de capital, são dois dos dados mais relevantes do Relatório de Gestão do Município de Cantanhede de 2021 que o executivo camarário liderado por Helena Teodósio aprovou esta quarta-feira, 20 de abril, com quatro votos a favor e duas abstenções.
Na apreciação ao documento, a presidente da Câmara Municipal destaca que, apesar da crise pandémica que já dura desde 2020, “a trajetória favorável dos principais indicadores prosseguiu a um ritmo semelhante ao dos anos anteriores”, adiantando que, “mais uma vez, o Município de Cantanhede encerrou as contas de 2021 sem dívidas a fornecedores e com as faturas de empreiteiros entradas até 31 de dezembro de 2021 completamente liquidadas, situação que comprova a assertividade das decisões quanto ao planeamento operacional e ao nível do controlo financeiro”.
Na introdução ao Relatório de Gestão, Helena Teodósio refere também que, em 2021, a Câmara Municipal registou um incremento do investimento em 2.667.326 euros – mais 23% do que em 2020 – em infraestruturas e equipamentos coletivos ou na aquisição de terrenos e outros bens de capital, variação que adquire ainda maior significado se considerarmos que o aumento das despesas correntes se quedou nos 8,9%. Ou seja, a autarquia “realizou mais obra com apreciável contenção de custos ao nível da sua estrutura orgânica, o que, apurados os resultados, representa uma poupança de mais de 6 milhões de euros, valor que de resto está em linha com o obtido no ano anterior”.
Ainda na componente da despesa, a autarca sublinha o aumento de 97% dos dispêndios nas rubricas funcionais da Saúde e Ação Social, aumento esse que “diz respeito apenas a uma parte dos custos das ações que foi necessário empreender para diluir os efeitos da pandemia de Covid-19”.
Dos indicadores de gestão vale ainda a pena assinalar o facto de o limite da dívida se ter situado em 0,31% da média da receita corrente dos últimos três anos, quando o limite máximo legal admitido é de 1,5% dessa média.
Helena Teodósio considera que este dado reflete “uma folga de algum modo tranquilizante face aos desafios do futuro”, mas alerta para a circunstância de “nesta altura vários fatores se estarem a conjugar no sentido de exercer uma pressão sobre a tesouraria que pode vir a influenciar negativamente o exercício de 2022”. A este propósito, a líder do executivo camarário cantanhedense refere o impacto da pandemia de Covid-19, que ainda continua a verificar-se, a subida geral dos preços de bens e serviços gerado pela recente invasão da Rússia à Ucrânia, mas também o expectável aumento dos encargos inerentes à assunção de novas competências transferidas pela Administração Central.
Esta preocupação manifestada pela presidente da Câmara Municipal de Cantanhede resulta do facto de as verbas que o Governo propôs para o exercício dessas competências não se aproximarem, “nem de perto nem de longe, dos custos que a autarquia vai ter de suportar”.
A terminar, a autarca garante que o Município de Cantanhede está preparado para tirar o melhor proveito possível das oportunidades que se perspetivam no âmbito do PRR - Plano de Recuperação e Resiliência e do Portugal 20/30”, relembrando que o melhor ativo da Câmara “são os seus funcionários, a quem expressa “o mais vivo reconhecimento pelo extraordinário grau de motivação, profissionalismo e sentido de responsabilidade com que desempenham as suas funções”.
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