“É
habitual os partidos de governos colocarem ministros a cabeças de
lista nos distritos. Até que ponto isto vai de facto beneficiar um
distrito?”
A
questão foi-me colocada e concordei que temos assistido a isso em
permanência. O deputado eleito, sendo governante, olha com ‘outra’
atenção o distrito que o elegeu.
Este
governante tem um
conhecimento privilegiado da
realidade desse território. Também os cidadãos,
as empresas, os autarcas desse
distrito passam a ter um canal privilegiado para as decisões do
governo.
Terá
que se perguntar: até que ponto deve um governante dar
um benefício e atenção especiais a um distrito pelo qual foi
eleito deputado?
Não
me sinto tentado a analisar a bondade desta realidade. Desde
que feito no estrito respeito pelas leis e regras,
inclusive éticas, acho compreensível e aceitável a opção de um
lado e do outro. E, não obstante isso, acontece, na maioria dos
casos que conhecemos, que a decisão é muito justa. Mesmo
tendo sido tomada pela razão desse conhecimento pessoal. Ou
conhecimento privilegiado por parte dos cidadãos.
Ouvi
há dias um ex-governante de pergaminhos reconhecidos, dizer que o
‘bolo’ (leia-se Orçamento
do estado) é o
mesmo. Não cresce. Compete a cada governante apoiar este ou aquele
investimento.
É
a democracia a funcionar. Afinal, o povo é quem mais ordena. No
momento de escolher a quem entrega o seu voto. E nesse momento, todos
somos tentados a escolher o que mais nos beneficia e ou às terras
que amamos.
*Eduardo
Costa, jornalista
(este
artigo de opinião é publicado em cerca de 50 jornais regionais)
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