sábado, 23 de abril de 2016

Clima: Ministro garante que foi alcançado um “acordo histórico”

Imagem:tvi24.iol.pt
O ministro do Ambiente considerou hoje na ONU, Nova Iorque, que a ratificação por mais de 160 países do Acordo de Paris contra as alterações climáticas é histórica, mas que manter o seu espírito "será um desafio".

"Em Paris, alcançámos um acordo histórico. Manter o espírito de Paris será um desafio, para o conseguir devemos lutar por um envolvimento colaborativo e construtivo com os nossos parceiros", disse João Matos Fernandes no seu discurso.

O acordo foi atingido em Dezembro passado, em Paris, com o consenso de 195 países mais a União Europeia, depois dos vários anos de pessimismo que se seguiram ao falhanço da cimeira do clima de Copenhaga, em 2009.

"Portugal acredita que Paris não foi o fim, mas sim o início de um longo processo que apenas resultará se conseguirmos manter o empenho e o entusiasmo com que nos apresentámos em dezembro", continuou o representante português.

O ministro disse que essas negociações "serão críticas e para que sejam bem sucedidas deve-se manter um espírito aberto e de construção com todos os parceiros."

A ONU anunciou que nunca tantos países ratificaram um acordo internacional no primeiro dia em que isso é possível. Mais de 160 chefes de Estado e de governo participaram da cerimónia, incluindo o presidente francês, François Hollande, e a presidente brasileira, Dilma Roussef.

Os países têm agora de expedir os procedimentos internos para que o acordo entre em vigor.

Se o processo continuar com esta velocidade, o acordo poderá entrar em vigor no final do ano, muito antes do prazo previsto inicialmente, que apontava para 2020.

O representante português garantiu que o país vai estar entre os primeiros a cumprir os requisitos legais de subscrição de acordos internacionais.

"Portugal quer estar na linha da frente na ratificação do Acordo de Paris. Deixo-vos aqui a certeza de que hoje daremos início, a nível interno, aos procedimentos tendentes à sua ratificação, garantindo que com a maior brevidade possível estaremos em condições de proceder ao depósito do seu instrumento junto do semhor Secretário-Geral das Nações Unidas", garantiu o ministro.

O responsável lembrou ainda o percurso português neste domínio, garantindo que o país foi além do Protocolo de Quioto, superando o desempenho a que estava vinculado, e que continuará a cooperar com os seus parceiros.

"Temos trabalhado em estreita colaboração com os Países Africanos de Língua Portuguesa na implementação de projetos de mitigação e adaptação, (...) sobretudo em aspetos de capacitação institucional que tocam vários setores desde energia, resíduos e sistemas de transparência", explicou o ministro.

A China e os Estados Unidos, que sozinhos são responsáveis por 40 por cento das emissões mundiais, já garantiram que vão aderir até ao final do ano.

O acordo entrará em vigor quando 55 países, que representem pelo menos 55 por cento das emissões, completem o processo de ratificação.


Fonte: Lusa

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