O
ministro do Trabalho considerou ontem que os resultados das medidas ativas de
emprego aplicadas nos últimos anos ficaram aquém do desejável e defendeu a
revisão do modelo de modo a direcioná-las para a criação de emprego de
qualidade.
"Tendo
em conta os recursos usados, os resultados obtidos com as medidas ativas de
emprego ficaram aquém do desejável", disse José António Vieira da Silva
aos jornalistas, no final de uma reunião de concertação social.
Segundo
o ministro, a análise feita aos resultados das medidas ativas de emprego
aplicadas nos últimos anos mostra que algumas delas tiveram eficácia e outras
não.
"Muitas
situações de apoios que foram concedidos não se traduziram em emprego
sustentável, mas não se pode dizer que, no geral não serviram para nada",
disse.
O
governante salientou a existência de concentração de recursos, que "não
deram muitos resultados", como os casos de empresas que tiveram
estagiários apoiados financeiramente, que beneficiaram seguidamente de apoios à
contratação e no fim não houve criação de emprego.
Vieira
da Silva assegurou que o Governo pretende continuar a apostar nas medidas
ativas de emprego, mas vai "trabalhar com os parceiros sociais" para
rever o modelo, dando centralidade à qualificação profissional, para favorecer
a criação de emprego "mais estável e seguro".
O
Governo divulgou hoje na concertação social um documento que refere que menos
de metade dos jovens (38%) que em 2014 fizeram estágios financiados pelo IEFP
estavam em 2015 a trabalhar, sem mais apoios do Estado, mas que apenas 16%
foram contratados pela empresa onde estagiaram.
O
relatório preliminar, proveniente do gabinete do ministro do Trabalho, refere
que os níveis de acumulação de medidas ativas de emprego são variáveis mas mais
significativos relativamente à acumulação de estágios e de apoios à
contratação.
Em
2014, do total de ex-estagiários, metade foi empregada com apoio à contratação.
O
mesmo documento refere que em termos de apoios comunitários houve uma
concentração nos anos de 2014 e 1015, de modo que as dotações totais
disponíveis para as áreas do emprego e formação profissional são 1,48 mil
milhões de euros inferiores às do QREN.
Segundo
o ministro Vieira da Silva, o Estado vai ter de reforçar esta área com
dinheiros públicos, para compensar a falta de fundos europeus, que terão de ser
melhor direcionados.
Fonte:
Lusa
Nenhum comentário:
Postar um comentário