O
papa Francisco inicia hoje uma visita à Arménia, considerada como o primeiro
Estado a ter adotado o cristianismo, no início do século IV.
O
papa vai reunir-se com a pequena estrutura eclesiástica de Roma no país,
composta por três bispos, 20 irmãs e 27 sacerdotes e vai celebrar uma missa ao
ar livre e visitar duas catedrais católicas.
A
região onde se situa a Arménia da atualidade é uma terra bíblica, onde - de
acordo com o livro do Genesis - a arca de Noé terá encalhado, de acordo com o
primeiro livro do Antigo Testamento, Génesis. O local referido é o monte
Ararate, que agora pertence à Turquia.
Gregório,
o Iluminador é o padroeiro e primeiro dirigente da Igreja arménia, tendo sido
ele que converteu o país em 301, durante o reino de Tiridate III.
De
acordo com o recenseamento de 2011, perto de 96% da população reivindicou
pertencer à Igreja apostólica arménia.
Frequentemente
definida como ortodoxa, a Igreja arménia afirma não integrar a corrente
oriente, que inclui nomeadamente a Igreja ortodoxa russa e as Igrejas gregas.
A
Santa Sé de Etchmiadzin, perto de Erevan, é a sede espiritual e administrativa
da Igreja arménia e a residência do 132.º patriarca Karekin II,
"catholicos de todos os arménios".
A
23 de abril passado, a Igreja arménia canonizou 1,5 milhões de arménios
massacrados pelos turcos otomanos durante a Primeira Guerra Mundial. A
cerimónia foi considerada a maior canonização da história.
Os
arménios tentam há décadas que os massacres de 1915-17 sejam reconhecidos
internacionalmente como genocídio, termo que a Turquia rejeita, garantindo que
se tratou de uma tragédia coletiva durante a qual morreu um igual número de
turcos e arménios.
Francisco
foi o primeiro papa a usar publicamente a palavra genocídio em abril de 2015,
desencadeando a fúria de Ancara.
O
programa da visita papal inclui também uma visita ao memorial de
Tsitsernakaberd dedicado às vítimas do genocídio.
Fonte:
Lusa
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