O
Presidente vê "com muito apreço" o pedido de auditoria ao banco
público e apelou ao "bom senso" dos responsáveis políticos para que aquele
banco possa continuar "português, público e forte".
"Posso
dizer que vejo com muito apreço a iniciativa de uma auditoria à CGD",
afirmou Marcelo Rebelo de Sousa à saída dos encontros com o primeiro-ministro,
António Costa, e com o seu homólogo da Costa do Marfim, que decorreram hoje na
Casa de Serralves, no Porto.
E
acrescentou: "Penso que essa auditoria pode ser muito esclarecedora,
trata-se de uma investigação jurídica, de fôlego, porque cobre o período
correspondente a várias administrações e vários governos [e] no caso de se
chegar a alguma conclusão que aponte a atos ilícitos, pode ter a sequência em
termos de investigação pelo Ministério Público, e eventual procedimento
judicial".
Para
Marcelo Rebelo de Sousa "essa clarificação é importante para que não
restem dúvidas de que não há da parte do governo nenhuma tentativa de se furtar
ao esclarecimento cabal da situação jurídica passada na Caixa Geral de
Depósitos".
"É
uma questão de paciência, mas penso que o bom senso fará permanentemente com que
os responsáveis políticos, que querem um fim, estejam de acordo nos meios para
chegarem a esse fim", assinalou.
Marcelo
Rebelo de Sousa justificou as declarações dizendo que, "não podendo
comentar o que se passa na AR em matérias que não têm a ver com o Presidente da
República, porque a AR não responde perante o Presidente", pode dizer o
que pensa "quanto a atuações do Governo, porque o Governo responde
institucionalmente perante o Presidente da República".
O
chefe de Estado disse ainda entender que, para o futuro, é necessária a
"criação de consensos em torno de uma realidade que suscita à partida o
acordo de todos, porque todos querem um banco português, um banco público e um
banco forte".
O
Governo incumbiu hoje a nova administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) de
fazer uma "auditoria independente" aos atos de gestão do banco
"praticados a partir de 2000".
O
PCP acusou hoje o PSD e CDS de pretenderem "armadilhar" a discussão
sobre o futuro da Caixa Geral de Depósitos (CGD), visando "enlamear"
o banco público e esconder "o desastre" da banca privada em Portugal.
Esta
posição foi assumida pelo líder parlamentar comunista, João Oliveira, após uma
conferência de líderes em que o presidente da Assembleia da República, Ferro
Rodrigues, comunicou ter enviado para o Conselho Consultivo da Procuradoria
Geral da República (PGR) um pedido de esclarecimento sobre a legalidade e
constitucionalidade do inquérito parlamentar à CGD requerido por PSD e CDS-PP.
Já
o Bloco de Esquerda acusou hoje PSD e CDS-PP de fazerem "chicana
política" com a imposição de um inquérito parlamentar sobre a Caixa Geral
de Depósitos (CGD) e insistiu na necessidade de uma autoria forense ao banco
público.
Fonte:
Lusa
Nenhum comentário:
Postar um comentário