O Ecofin decidiu
que os dois países irão ser alvo de sanções por não terem adotado "medidas
eficazes" para corrigirem os défices excessivos.
Tal como já
antecipado na véspera pelo presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, os
Estados-membros da zona euro, aqueles com direito a voto em sede de Ecofin
nesta matéria, adotaram as recomendações da Comissão Europeia, que concluíra
que os dois países não fizeram esforços orçamentais suficientes, falhando assim
as metas para a saída dos respetivos Procedimentos por Défice Excessivo (PDE),
que no caso de Portugal era 2015.
"As
decisões do Conselho desencadearão sanções, ao abrigo do PDE", indicou em
comunicado o Ecofin, ainda reunido em Bruxelas, lembrando que agora a Comissão
tem 20 dias para propor o montante das multas, que podem ir até 0,2% do Produto
Interno Bruto (PIB).
Portugal e
Espanha, por seu turno, têm um prazo de 10 dias a contar a partir de hoje para
apresentarem os seus argumentos com vista a uma redução da multa, que, de
acordo com as regras europeias, pode ser reduzida mesmo até zero, o que é agora
o objetivo dos Governos português e espanhol, como já admitiram em Bruxelas os
respetivos ministros das Finanças.
"Estou
seguro de que teremos um resultado inteligente no final", comentou o
ministro das Finanças eslovaco, Peter Kazimir, que preside ao Conselho Ecofin
neste segundo semestre do ano.
À entrada para a
reunião de hoje do Ecofin, Mário Centeno já admitira que, após a discussão da
véspera no Eurogrupo, "a expectativa do Governo português" era a de
que a recomendação da Comissão seria aprovada, tal como se consumou ao final da
manhã, e disse que Portugal vai agora bater-se por um desfecho que não penalize
o país.
"Significa
que vamos iniciar o processo de contactos diretos com a Comissão Europeia no
sentido de explicar a posição do Governo, que, como sabem, é contrária ao
procedimento que está em curso. Mas temos que defender as nossas posições, e
neste momento é fazer valer os argumentos que o Governo tem", disse,
reafirmando que a preocupação das autoridades nacionais é que "o processo
seja um processo em que o país não seja prejudicado", ou seja, a aplicação
da chamada "sanção zero".
Centeno
assegurou que "o país vai lutar, o Governo vai expor os seus argumentos,
no sentido de que a continuação deste processo não traga nenhum tipo de
consequências para o esforço orçamental português, que já é bastante
significativo".
O ministro das
Finanças garantiu que o Governo vai apresentar os seus argumentos "muito
rapidamente, nos próximos dias".
Quanto ao
processo automático de congelamento de fundos estruturais para o próximo ano,
Centeno não se mostrou particularmente preocupado, lembrando que o mesmo pode
ser levantado a qualquer momento, pelo que não espera que venha a ser
materializado.
"O
entendimento que temos e que temos vindo a trabalhar com a Comissão Europeia é
que as medidas relativamente aos fundos não vão ter uma materialização prática,
porque essa medida, sendo automática, também automaticamente é levantada a
partir do momento em que o país cumpre", apontou.
Fonte: TSF /
Lusa
Comentário: estamos nas garras dos abutres e quebra ossos.
J. Carlos
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