segunda-feira, 31 de outubro de 2016

A miragem de uma nova CPLP (& a Caixa & o OE2017)

Enquanto dormia
 
David Dinis, Director do Público
Bom dia!
Mateo Renzi prometeu reconstruir Itália"sem respeitar as regras tecnocráticas de Bruxelas". O sismo de ontem foi o quarto em apenas três meses no centro do país (e provocou muitos estragos materiais). E, convém frisar, Renzi já estava numa dura disputa com a Comissão sobre o défice do próximo ano.
O FBI já tem luz verde para investigar novos e-mails de Hillary, cujo conteúdo é desconhecido. A candidata tem acusado o director do FBI de interferência na campanha, recolhendo o apoio de dezenas de ex-procuradores. Será "partidarite"?
Na Venezuela lá se encontraram Governo e oposição, depois do apelo do Papa Francisco. Nicolás Maduro tentou mostrar-se disponível para o diálogo, mas a oposição parece não acreditar
O Sp. Braga já é 2º. Ontem à noite, o 11 de José Peseiro bateu o Belenenses, passou o Sporting e encostou-se ao Porto. E no domingo há um Porto-Benfica.
O tema do dia
A cimeira da CPLP arranca em Brasília, marcada por uma proposta de António Costa que o PÚBLICO lhe contou ontem: que haja livre circulação e residência no espaço lusófono, pelo menos para estudantes e para algumas profissões. Marcelo já deu o seu apoio (mesmo avisando que será difícil). E Augusto Santos Silva já explicou como esta proposta pode, indo passo a passo, nem colidir com a legislação europeia.
A esta hora, os portugueses dormem no mesmo hotel que Obiang, o presidente da Guiné-Equatorial. E que diz o nosso Presidente sobre esse país tão lusófono? Nada. Por aqui, sem medo, o Nuno Ribeiro disse algumas coisas, aqui.
Se quiser conhecer os planos da CPLP para os próximos 10 anos, aqui está o link. É coisa modesta. O nosso Editorial de ontem chamou-lhe outra coisa.
Atenção especial
Para a CGD, porque a polémica vai continuar. Ontem à noite, Marques Mendes acusou o Governo de se colocar "de cócoras perante António Domingues".
No Parlamento, os partidos apertam o cerco ao novo presidente da Caixa, obrigando-o a apresentar uma declaração de património que este combinou com o Governo que não ia mostrar.
Hoje é, aliás, o último dia para Domingues entregar a declaração no TC, o que (como sabemos já) ele não vai fazer, com base nesta argumentaçãoO risco? Ser destituído até pelo tribunal.

Atenção também para o Orçamento, que esta semana começa a ser discutido na Assembleia. Com Bloco e PCP prontos a pedir mais qualquer coisa na especialidade, a Liliana Valente fez as contas ao acordo das esquerdas e chegou a esta conclusão: 60 das 70 medidas ficarão cumpridas com este OE. Tudo isto serviu-me de pretexto para escrever o Editorial de hoje: "O dia em que o diabo já não está atrás da porta" (imaginem lá quem é o diabo aqui).
Se ainda não viu, convém saber que o Governo corrigiu uma série de dados nos quadros que mandou nos últimos dias para a Assembleia. Olhando para os dados, o Negócios diz hoje que já há 500 milhões cativados para 2017. E o Vítor Costa, aqui no PÚBLICO, conclui isto: "Nem Mário Centeno acreditava".
Para abrir o apetite, o DN escreve hoje que a nova estratégia do PSD pode abrir uma espécie de roleta-russa nas votações do OE

Hoje é dia da poupança. Agora vejam lá o que a Caixa anda a vender aos clientes - a crédito, pois claro. São diamantes, com juros que podem chegar aos 17%. E o banco público não está sozinho nesta competição.
Na verdade, os últimos dados mostram que a poupança das famílias está no nível mais baixo dos últimos 20 anos (!) . E 61% dos portugueses ainda deixa as poupanças numa conta à ordem.

A propósito, passe os olhos pela manchete do PÚBLICO: o consumo de cerveja caiu 25% em dez anosNeste trabalho, explicamos o que se anda a beber mais (em troca), quanto menos é que bebemos; qual é a única excepção à regra; e o que pedem os produtores. O texto (ilustrado) é da Ana Rute Silva.
Mas hoje temos uma notícia preocupante sobre o SNShá doentes que esperam 16 meses por uma ressonância no SNS, alerta o Diário de Notícias. Por falta de profissionais, mas também de equipamentos. E outra sobre a evolução do mercado de trabalho: já há 100 mil trabalhadores em call centers, muitos com queixas sobre a pressão, instabilidade e assédio moral, conta o JN.
Há também uma boa notícia, ideia do ministro do Ensino Superior: um programa para trazer mais estrangeiros a estudar por cá

Outras leituras

Por exemplo, uma proposta da UEFA que é o fim da Liga dos Campeões, tal como a conhecemos. Uma das consequências, dizem alguns, será “fazer os clubes extremamente ricos ficarem mais ricos”.
A nossa segunda reportagem nos EUA: entre El Paso, no estado norte-americano do Texas, e Ciudad Juárez, no estado mexicano de Chihuahua, não há sinais de uma multidão de imigrantes a invadir os Estados Unidos sem documentos. Esta América termina no Texas mas do outro lado "también hay sueños", conta o Alexandre Martins.
Também sobre as eleições americanas, deixo-lhe ainda esta análise da Teresa de Sousa, sob a forma de pergunta: "E se a superpotência que garantiu a ordem internacional resolvesse deixar de o ser?"

Ou esta história impressionante, que se conta assim: Os pulmões de Paulo foram para o lixoO texto é da Catarina Gomes.
De sábado, sobra-me o texto de Bernard-Henri Lévy sobre a batalha de Mossulnum relato no terreno, em exclusivo para o PÚBLICO (em Portugal, claro está). 
Hoje é importante...
Em Brasília, já sabe, começa a cimeira da CPLP.
Aqui ao lado, em Madrid, toma posse Mariano Rajoy. O El País conta esta manhã que o presidente do PP está sob pressão para renovar o Governo. Os nomes dos ministros só devem ser conhecidos na 5ª-feira.
Cá por Lisboa, é dia de reunião do Comité Central. Jerónimo de Sousa deve falar-nos às 19h00, embora não se esperem outras novidades que não passem pelo "sim" ao Orçamento de Costa.

Só mais um minuto 

Ontem pus-me a ler o nosso regressado P2 e fiquei, confesso, cheio de orgulho. Muitas coisas para ler, diferentes, bem escritas, importantes ou interessantes. Deixo-lhe aqui alguns desses textos, até porque amanhã é feriado e pode ter mais um bocadinho para recuperar leituras (ou algumas séries na TV):
  • Uma rainha para todo o serviçoThe Crown é a primeira produção britânica do Netflix e uma das suas maiores apostas. A Joana Amaral Cardoso esteve nas filmagens com Stephen Daldry, John Lithgow e com a jovem Isabel II e voltou para lhe contar o que vai poder ver daqui a uns dias.
  • Um padre, um vampiro e um anjo entram num bar. Podia ser o início da pior anedota de sempre, mas é candidata a uma das mais faladas e elogiadas séries do anoPreacher, chega amanhã a Portugal, um drama centrado no reverendo, ex-criminoso, possuído por uma força que lhe dá o poder de mandar e ser obedecido.
  • Breve história da táctica de negociar orçamentos. Contado assim parece o início de uma anedota: estavam o secretário-geral da ONU, o Presidente da República e o primeiro-ministro de Portugal a discutir o Orçamento de 1998… Não, não é ficção - mas podia ser. O Paulo Pena foi à procura das histórias escondidas dos Orçamentos, na semana em que o próximo começa a ser discutido na AR. 
  • Encontrar casa é um achado. Nas zonas mais centrais de Lisboa e Porto há muitas obras em curso, mas poucas entram no mercado de arrendamento permanente. Quando aparece uma casa a um preço razoável fala-se num "achado". A reportagem é da Ana Cristina Pereira.
Por hoje talvez chegue (if not, aqui tem mais alguns links, para ter mais para ler). 
Resta-me desejar-lhe um bom regresso ao trabalho e um óptimo feriado (se puder aproveitá-lo)!

Sempre que quiser, aqui estaremos à distância de um clique. 
Até já!
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