4 notícias desta madrugada (& o que sabemos da Caixa)

David Dinis, Director do Público

Bom dia!

Um avião caiu na Colômbia com 81 pessoas a bordo, incluindo equipa de futebol brasileira. O presidente da câmara de Medellín fala numa "tragédia de enormes proporções". Há pelo menos seis sobreviventes, mas a notícia permanece em atualização. Quem escapou quase por milagre foi o ex-jogador do Sporting, Marcelo Boeck, que fazia anos e tinha pedido dispensa.

A Presidente da Coreia do Sul admitiu demitir-se, se perder a confiança do Parlamento. "Vou delegar a decisão na Assembleia, incluindo a da redução do meu mandato e a minha resignação". As últimas semanas têm sido de escândalo e contestação popular.

Trump prometeu mais apoio ao Iraque para combater o Daesh. A promessa foi registada pelo primeiro-ministro do Iraque, num telefonema esta noite.

Trump nomeou um crítico do Obamacare para ministro da Saúde. O nome a registar é Tom Price.

Por cá, o Sp. Braga venceu por 6-2 e passou o Porto no terceiro lugar. No próximo sábado, a equipa vai precisamente ao Estádio do Dragão, onde José Peseiro entrará com um sorriso maior do que quando treinava os azuis e brancos.

A notícia do dia

Queria muito dizer-lhe que o problema da Caixa já tinha acabado - mas não é verdade. Vamos a uma actualização de dados?

• Domingues temia um bloqueio político à reestruturação da Caixa. Foi essa a razão para a sua demissão, consubstanciada numa votação que viu acontecer na Assembleia, na semana passada. O factor decisivo foram os votos do Bloco, um partido que faz parte da actual maioria de suporte do Governo. Domingues, entre portas, chamou-lhe "maioria de bloqueio".
• "O Bloco foi sempre muito claro", diz Mariana Mortágua ao PÚBLICO, admitindo que o PS tentou numas "conversas de corredor" mudar o sentido de voto do partido. Mas nada no acordo assinado "nos impede de termos as nossas posições", justifica a deputada à Maria João Lopes. Já Passos Coelho, acha tudo uma indecência.
• Domingues já aprovou o plano de reestruturação. E ia apresentá-lo amanhã mesmo aos jornalistas, com cortes no pessoal, balcões e agências fora do país. Será agora entregue ao seu sucessor, esperando-se que toda esta vulnerabilidade política não dê sinais errados a Bruxelas - e que não prejudique a parte da recapitalização que obriga a uma emissão de obrigações.
• Se as escolhas se atrasarem, Frankfurt pode nomear uma comissão administrativa, para gerir o banco público português enquanto não há administração. É por isso que Costa promete um nome esta semana - e que nos corredores Paulo Macedo voltou a ser apontado como o mais provável. As pistas para ler os próximos dias estão aqui. Mas deve acrescentar estas outras, que pode ver no Negócios de hoje: Rui Vilar pode ficar com chairman e ajudar na transição, o sucessor terá um salário mais baixo e o Governo arrisca-se a pagar indemnização a três gestores, se quiser que eles saiam.
• No nosso Editorial, que hoje assino, sintetiza-se isto tudo e tira-se uma conclusão: O mal que o Governo fez à Caixa.

Outras notícias a ter em conta

A dívida pública rende à banca comissões sobre 200 mil clientes. Chamam-se OTRV e já fizeram o Estado duplicar o financiamento junto dos privados com o novo produto. Como explica a Rosa Soares, a banca já recolhe parte do sucesso. Para nós, fica o conselho: as poupanças confiadas ao Estado não devem ultrapassar 25%.

Agora venha de lá esse sorriso: o novo nome da CP Carga copia a marca de uma clínica dentária. E é já a terceira vez que a CP Carga muda de designação.

E uma boa notícia, via JN. As empresas estão a ser obrigadas a dar horário flexível a mães e pais, na sequência de queixas apresentadas à Comissão para a Igualdade no Trabalho. Quase todas as decisões têm sido favoráveis.  

A reforma antecipada vai custar 13,88% do rendimento. As novas contas do Governo indicam-nos que teremos de trabalhar até aos 67 anos já em 2022. A boa notícia é que, depois dos 67, ainda vamos viver mais 19 anos e uns meses (talvez um pouco menos, no caso dos homens).

Quatro razões para nos preocuparmos com o SNS: 2016 está a ser um ano de “pico” de casos de tosse convulsa; o Hospital Garcia de Orta está a encaminhar grávidas para outros hospitais por falta de médicos; os técnicos de diagnóstico ameaçam deixar de atender casos urgentes; e os médicos mais jovens são os que mais acusam sintomas de exaustão. 

Boas leituras para si

A Teresa de Sousa escreveu sobre França, a direita francesa e as primárias deste domingo, que acabaram com mais um candidato moderado, Alain Juppé. O texto chama-se "Fillon e a máquina de lavar" - e é imperdível.

Donald Trump e a lição de Martin Niemoller. Tiago Moreira de Sá parte do famoso poema de Niemoller, captando bem a forma como muitos trataram o nacional-socialismo e Hitler ao longo de demasiado tempo, e deixa um alerta a todos nós. Este texto é especialmente importante para quem vem normalizando o Presidente eleito dos EUA.

A mentira é uma necessidade, diz Luis Fernando Veríssimo, para todos, menos para os políticos. E se ele diz à Isabel Coutinho e ao Nuno Pacheco, nós paramos para ler.

Hoje acontece

O Parlamento vai votar o Orçamento de 2017, fechando uma sempre longa discussão política. Ontem, a esquerda aprovou as mudanças no IMI - mas corrigiu o bónus que dava aos fundos de investimento, acrescenta a manchete do Negócios. As intervenções finais são esta manhã e devem incluir Costa e Passos.

Os Reis de Espanha vão continuar por aí - pelo Porto e por Lisboa. Ontem, Filipe e Letizia viram Marcelo brilhar tanto ou mais do que eles, como relata a Margarida Gomes.

O F.C. Porto recebe o Belenenses para a Taça da Liga - onde uma derrota implica uma crise maior ainda. 

Só um minuto, para entrar no espírito

Uma viagem pelo primeiro grande vídeo deste Natal. A curta-metragem de Wes Anderson e Adrien Brody para a H&M tem quatro minutos. E começa com um longo atraso no comboio na véspera de Natal. É aí que o maquinista Ralph prepara uma surpresa para os passageiros. Chama-se "come together", adivinha porquê?

E como é ir à escola no "lugar mais assustador da Terra"? O antigo Presidente dos Estados Unidos Bill Clinton chamou-lhe assim, mas os alunos que frequentam esta escola todos os dias dizem não ter razões para ter medo. Os sorrisos delas não mentem - e são o nosso melhor presente de Natal. 

A cada dia, um presente: a contagem até ao Natal começa com um calendário do Advento. A tradição é antiga, mas há cada vez mais marcas a reinventá-la. O nosso Life&Style seleccionou algumas opções, para lhe dar pretexto para ir às compras.

É agora que lhe desejo um dia bom, tão produtivo como feliz. Nós por aquitemos muitas notícias para lhe contar, esteja onde estiver, à hora que precisar de uma actualização.

Bem-haja! Até já!