sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

O bónus às empresas. A conta dos lesados (& um Best of do Ípsilon para as últimas prendas)

Enquanto dormia
 
David Dinis, Director do Público
Bom dia!
O Governo italiano aprovou o resgate do Monte dei Paschi depois deste falhar a última tentativa de uma recapitalização privada. A forma de apoio público do banco ainda não é clara, nomeadamente se é compatível com as regras europeias de apoio aos bancos. Certo é que a dificuldade no Monte dei Paschi está a gerar uma montanha russa nos mercados. Veremos como vai ser hoje.
Ainda na banca, o Deutsche Bank aceitou pagar 7200 milhões de dólares para encerrar o caso com o Departamento de Justiça sobre o seu papel na crise imobiliária iniciada nos EUA em 2007
Na Alemanha, foram detidos dois suspeitos de planearem ataque a centro comercial, isto enquanto se vão conhecendo mais detalhes sobre o alegado autor do ataque no mercado de Natal de Berlim, em especial um telefonema que a irmã conta que lhe fez.
A polícia da Austrália travou um ataque no dia de Natal. Esta noite foram detidos sete suspeitos de terem planeado com detalhe um atentado em Melbourne. 
O Natal do Sporting salvou-se no último minuto. Um golo de Bas Dost ao Belenenses, no minuto 93, manteve os leões a oito pontos do Benfica

As notícias do dia  

Vamos à nossa manchete: o Governo foi aconselhado a pôr a conta dos "lesados" no défice. O responsável pelo estudo pedido pelo Governo diz ao PÚBLICO que são poucas as hipóteses de a solução não contar para o défice do Estado. E avisa que o Eurostat pode até mudar as regras, se perceber que o Governo está a esconder um problema, como já aconteceu com as Scut em 2011. Os riscos, aliás, aumentam se o veículo a criar não ficar na dependência da CMVM ou do BdP - como parecem indiciar as palavras de António Costa, ontem na Assembleia. Aqui tem a notícia. Que deve comparar com o que disse o primeiro-ministro e avaliar por si. 
Junta-se a isto o que nos conta a Rosa Soares: a CMVM está a calcular quanto receberá cada lesado. E também a manchete do Jornal Económico: que o acordo prevê que o Haitong (ex-BESI) e as antigas consultoras do BES podem ser obrigados a pagar aos lesados, tendo em conta a sua alegada responsabilidade no caso. O caso irá para tribunal.

Já que falamos da banca, anote esta notícia da Cristina Ferreira: o Minsheng propõe aplicar dinheiro no Novo Banco em duas tranches, uma forma de contornar os obstáculos à saída de fundos da China para pagar o investimento. Nos últimos dias, o China Minsheng manteve conversações com o Haitong Bank (ex-BESI) avaliando a possibilidade de este avançar com um empréstimo ponte
O outro grande tema do dia é o acordo de concertação, que deu um bónus extra aos patrões. Com um desconto na TSU que passa dos 0,75 para os 1,25% por trabalhador, o salário mínimo vai passar para 557 euros em 2017 - mas ainda sem concretizar o aumento de 2018.
O acordo surpresa foi mote para António Costa celebrar - "foi chave de ouro para fechar o ano", disse aos deputados do PS. E o suficiente para os Verdes avisarem que vão abrir guerra na AR à descida da TSU (somando-se a isto um silêncio esclarecedor do PCP e Bloco). Percebe-se porquê: contas feitas, o corte na TSU compensa 19% da subida do salário mínimo - com a ajuda do Orçamento do Estado.

E mais um tema quente: o Expresso diz que os críticos de Passos já têm assinaturas para um congresso em Abril - e quem diz críticos, diz os apoiantes de Rui Rio, que há um mês dizia que só em 2018 se veria o futuro do partido. Aqui no PÚBLICO, a Sofia Rodrigues explica que a ideia não é propriamente pacífica, nem entre os ditos críticos. E acrescenta que as negociações PSD/CDS para Lisboa podem ficar fechadas em Janeiro.
No que conta para o nosso dia-a-dia, registe algumas notícias na Saúde:a epidemia de gripe começou (mas ainda com intensidade baixa); os helicópteros do INEM estão, afinal, assegurados para o Natal - mas estamos em risco de ter a caminho uma greve às horas extra precisamente no INEM (notícia do JN). Mais uma na Educação: as direcções das escolas estão a ser impedidas de fazer obras de melhoramento pela Parque Escolar, diz o DN, explicando que há mais problemas para além da escola de Carcavelos.
Quanto ao mundo que nos rodeia, passe os olhos por este texto do PÚBLICO,seis meses depois do referendo britânico"O Brexit que ainda não aconteceu, mas já se faz sentir".  E anote o que pode vir aí com Donald Trump:uma guerra económica com a China; e um reforço do arsenal nuclear(acompanhado pelo amigo Putin). Porque também falamos de chineses, pense como eles: viveremos tempos interessantes.

Opinião e uma reportagem 
  • Estas e outras ameaças, mas sobretudo a época natalícia, levaram Bagão Félix a escrever sobre "a cultura da não-violência"relendo um documento do Papa Francisco chamado “A não violência: estilo de uma política para a paz”. Que bom era que fosse inspirador para 2017.
  • A propósito da época, leia a nossa reportagem de hoje: Só no Natal os sem-abrigo podem decidir onde vão jantar, conta-nos a Catarina Gomes, como quem nos dá um murro na alma. Acredite: precisamente por isso, é um texto que e mesmo bom de ler.

E falando do Natal...

Temos que falar de Mariah Carey ("All I Want For Christmas Is You", pois claro). Imagina quantas vezes é que o maior hit de Natal da história já foi ouvido?
Mas se falamos de Best Of, o que realmente lhe queria mostrar era a lista dos melhores do ano, que hoje faz a capa do Ípsilon e do PÚBLICO. Aqui tem os discos, filmes e livros de 2016mesmo a tempo das últimas compras.
Para se deliciar com uma boa música e uma história de fazer sorrir, deixo-lhe só mais este link. É que o YouTube baniu os “pirus” e “pepecas” da Clarice Falcão - mas ela já sabia e divertiu-se imenso com tudo isto. Sim, confesso, eu também :)
Daqui até segunda, terá muito para ir lendo, se tiver tempo para isso. As notícias estarão sempre actualizadas em publico.pt. A nossa página especial com o registo do ano também, porque estes são os dias em que é bom olhar para trás (fotos, reportagens, memórias).
Agora faça-nos um favor: tenha um Natal muito feliz. Tenha os seus por perto, dê-lhes mimos e compense-os por aqueles que não conseguiu distribuir-lhes no lufa-lufa de cada dia. Nós dois, por aqui nos encontramos depois.
Até já!

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