O estudo surgiu a pedido de um diretor de um programa de recuperação do período pós-cirurgia, do hospital Princess Margareth, local onde muitas “mulheres que falavam português não completavam o exercício de reabilitação”.
Para Margareth Zanchetta, que leciona na Escola de Enfermagem ‘Daphne Cockwell’ da Universidade de Ryerson, muitos dos maridos das vítimas de cancro da mama “não sabem lidar com a situação”.
“Verificámos que existem muitos serviços de apoio às mulheres, mas o marido/companheiro não sabe como lidar com a situação. Não é com a mulher que é imperfeita, mas sim com o medo de uma morte que pode acontecer. Não saberão o que fazer com os filhos”, sublinhou.
A docente também lamentou o facto de haver uma grande expetativa por parte dessas comunidades, portuguesa, brasileira e angolana, de que os serviços diplomáticos desses países no Canadá possam ter um papel ativo na “criação de uma rede de apoio social às mulheres vítimas de cancro da mama”.
“Esse projeto (da investigação) já terminou, enviámos cópias para os serviços consulares, mas até hoje não obtivemos resposta”, frisou.
No entanto, Margareth Zanchetta está disponível para reativar o projeto e ter um “maior contacto com a comunidade de língua portuguesa”, para analisar todo o trabalho que possa ser efetuado de assistência às mulheres vítimas de cancro da mama.
A falta de informação científica em língua portuguesa tem sido um dos problemas que afeta sobretudo a primeira e segunda gerações, com pessoas mais idosas, que são mais suscetíveis a serem afetadas com o cancro da mama.
“Essas pessoas têm dificuldade, não tanto em falar, mas mais em ler o inglês. Gostaria de trabalhar nessa vertente para ajudar a melhorar o acesso à informação científica”, concluiu.
O cancro da mama é a segunda causa de morte oncológica em mulheres no Canadá.
Lusa / Sapo
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