quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Espionagem chinesa grampeou mais de 700 milhões de smartphones

Luis Dufaur (*)
 
 

Os smartphones enviavam dados pessoais a uma central em Shangai.
 

Mais de 700 milhões de smartphones foram espionados pela China, sobretudo na América Latina, na Ásia e na própria China, alertou o jornal espanhol “El Mundo”.
Por sua vez, o “The New York Times” denunciou que uma empresa de software chinês estava combinada com fabricantes de smartphones para espionar e enviar SMS secretos para a China.
A responsável pelo software espião é a empresa Shanghai Adups Technology, pertencente ao governo chinês e que trabalha de acordo com empresas como ZTE, Huawei e Blu.
O gancho para atrair as vítimas foi oferecer modelos baratos e até bons demais para serem tão em conta: potência e durabilidade difíceis de acreditar.
A empresa norte-americana Kryptowire fez a descoberta em vários modelos da marca Blu, que enviavam dados dos contatos, histórico das chamadas e outras informações para um servidor em Xangai sem que os usuários soubessem.
O sistema operativo de fábrica já trazia a possibilidade de instalar aplicações de forma remota, enganando o proprietário.
Obviamente a empresa Blu declarou que não sabia nada dessas irregularidades.
E respondeu imediatamente ao “The New York Times”, que tinha atualizado o sistema operacional para identificar e eliminar qualquer software de espionagem.
Enquanto o usuário não desconfia o smartphone chinês viola sua segurança

A Blu acrescentou em seu site oficial que havia rompido todas as relações com a empresa do governo Adups e que melhorará a segurança de seus smartphones.
O grampo de centenas de milhões de telefones no Ocidente – e até na própria China – fornece uma impressionante capacidade de ciberataques, ou formas de “guerra híbrida”, para o momento que Pequim considerar oportuno.
E a China vem se mostrando muito agressiva em relação aos EUA nos últimos semestres, inclusive militarmente.
O governo chinês, que foi tão inescrupuloso no caso dos smartphones, não deixará de tentar novas vias para recuperar o “poder de fogo” para sua guerra da informação.
E ninguém disse que os smartphones chineses baratos foram os únicos “escravizados”...

          ( * ) Luis Dufaur é escritor, jornalista, conferencista de política internacional e colaborador da ABIM
 

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