O que você pensa quando diz ou ouve votos de boa sorte? Que as forças do acaso se alinhem para satisfazer seus desejos? Esse anseio pode até ser atraente, mas para a psicologia a sorte está mais associada à maneira como vivemos as experiências do que aos fenômenos em si. Se por um lado essa visão convida ao abandono de expectativas sedutoramente mágicas, por outro nos confere maior autonomia. Obviamente existem percalços, frustrações e dor no caminho de qualquer um, mas a quantidade de apego que creditamos ao sofrimento pode mudar nossa história – para o bem ou para o mal.
Segundo pesquisadores , não se apegar ao azar parece ser um dos mais eficazes segredos dos sortudos. “Sorte é acreditar que somos sortudos”, afirmou o dramaturgo Tennessee Williams. O psicólogo inglês Richard Wiseman garante que suas palavras são sábias. E fala com propriedade, já que há anos estuda o funcionamento mental tanto de pessoas que acreditam ter uma “boa estrela” quanto daqueles que têm convicção de serem acompanhados pela vida afora por uma nuvem cinzenta. Ou seja, o que as pessoas chamam de "sorte" , está mais ligado a suas crenças sobre você, e suas capacidades em conseguir algo do que algo místico ou mágico.
Quando você acredita e tem uma alta autoestima, consegue enfrentar os problemas e resolver as coisas de forma mais simples simplesmente por que acredita no seu potencial, o que aparentemente parece uma questão de sorte para quem está de fora. Além disso, se você se fixar apenas nas coisas ruins, sua mente será levada a acreditar sempre que tudo dá errado, apenas por uma questão de hábito. Hábito de pensamentos. A " sorte" dessa forma, pode ser vista como uma capacidade de r conhecer as oportunidades e se apropriar delas, ao invés de ficar reclamando da vida, ou como algo que eu posso enfrentar porque acredito em mim.
Outra frase interessante sobre o assunto é atribuída a Louis Pasteur, o inventor da pasteurização e da vacina antirrábica: “O acaso só favorece a mente preparada”. Tudo a ver com serendipidade. A palavra árabe vem do vocábulo Sarandib, antigo nome da Ilha do Ceilão, atual Sri Lanka. O termo foi empregado pela primeira vez pelo escritor inglês Horace Walpole para falar da possibilidade de encontrar coisas boas, mesmo que não estejamos procurando exatamente por elas. Ele cita uma história persa, Os três príncipes de Serendip, na qual os personagens são agraciados com o que chama de descobertas felizes, por acidente ou pela própria esperteza. Mas isso só acontece quando se permitem desfrutar da oportunidade de receber esses “presentes” – que ganham valor quando são reconhecidos como tais e os protagonistas se apropriam psiquicamente deles.
Por Débora Oliveira
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