Alguns adeptos portistas só entraram no estádio depois de o jogo começar. Seis detidos pela polícia antes do Bebfica-FC Porto.
JORGE AMARAL/GLOBAL IMAGENS |
Minutos antes da chegada dos adeptos do FC Porto ao Estádio da Luz, elementos dos spotters, a brigada da PSP especialista em acompanhar os grupos organizados de adeptos, vulgo claques, fez um aviso, em jeito de preocupação, aos jornalistas: "Atenção que temos a indicação de que foram distribuídas 500 bolas de golfe e como vocês estão de costas podem ser apanhados no meio." Das bolas os jornalistas só viram uma, que passou de mão em mão para as reportagens de televisão e o registo fotográfico. O pior foram mesmo as garrafas de cerveja arremessadas por adeptos do Benfica contra a polícia na chegada da claque portista, ao mesmo tempo que se gerou uma confusão entre elementos dos No Name Boys, afetos ao Benfica. Mas se não houve chuva de bolas de golfe como temiam as forças de segurança, ainda choveram algumas pedras à chegada dos Super Dragões. Uma delas acertou em cheio no subcomissário Pedro Pinho. E em segundos o adepto afeto ao Benfica estava a ser detido, apesar de gritar "não fui eu, não fui eu".
Segundo o comissário Hugo Abreu disse ao DN, a entrada dos adeptos do FC Porto em Lisboa e no percurso a pé até ao recinto de jogo "decorreu sem qualquer problema, tirando a avaria de dois autocarros, um problema alheio à PSP". No entanto, as imagens da reportagem da SIC que acompanhava a chamada "caixa de segurança" com muito mais do que os 3500 adeptos portistas esperados, mostraram um elemento da polícia a agredir um adepto dos dragões, já no chão, a soco e pontapé. O mesmo adepto acabou detido, segundo a PSP, por ter cuspido num agente da autoridade. No total, antes do jogo, foram detidas seis pessoas, três por posse de artefactos pirotécnicos, uma por especulação na venda de bilhetes, outra por injúrias às autoridades e mais uma por injúrias e coação. Além das detenções foram levantados seis autos, três por venda irregular de bilhetes e três por bilhetes falsos.
Além disso, a PSP encontrou "um número significativo de bilhetes falsos", o que levou à demora na entrada dos adeptos dos dragões. De facto, quando chegaram à Luz pareciam bem mais do que os 3500 falados pela polícia. E eram. Havia muitos com bilhetes falsos e alguns adquiridos nas Casas do Benfica.
Por isso, quando o jogo começou mais de metade ouviu o frenesim do apito inicial fora do estádio. E quando entraram o Benfica já ganhava. Jonas transformou as bancadas num inferno aos seis minutos de jogo. O brasileiro que ontem fez 33 anos celebrou da melhor forma. Mas, logo a seguir à explosão da Luz com o golo do Benfica, uma confusão junto ao banco do FC Porto ameaçou a paz do "jogo do ano". Ainda cheirava a petardos e o ambiente estava turvo com o fumo dos foguetes do golo de Jonas, quando o trio mais explosivo do clássico (Nuno, Maxi e Jonas) armava confusão. Jonas, alegadamente dispensado do Valência por Nuno, queixou-se de um empurrão mesmo à frente do treinador do FC Porto. Maxi foi lá ver o que se passava e, de repente, o sururu instalou-se. Carlos Xistra resolveu com palavras e sem cartões.
O ambiente manteve-se quente e tenso como se esperava de um clássico entre dois dos três principais clubes portugueses, com o tempero especial de poder decidir o título. Nem os adeptos se esqueceram da dupla função das cartolinas da espetacular coreografia de início de jogo. A de fazer um mosaico com a taça de campeão e a de atirar para o relvado para acertar em Maxi e em Nuno Espírito Santo (sempre de pé).
O uruguaio voltou à Luz, onde foi feliz mais uma vez, e mal regressou dos balneários fez o empate. Já após o apito final, um novo sururu no relvado, com o antigo jogador dos dragões João Pinto algo exaltado com o treinador Rui Vitória. Mas rapidamente serenado.
Fonte: DN
Nenhum comentário:
Postar um comentário