João António Pagliosa |
A crise monetária internacional atenua e recrudesce porém, não está sob controle. Muitos países devem somas astronómicas e alguns não tem como pagar o que devem...
Na maioria dos casos, os mecanismos de controle inflacionário e o rearranjo das economias de muitos países, não apresenta resultados satisfatórios, frente a tantos abusos com o dinheiro do erário. Gasta-se demasiado... Gasta-se sem lastro...
Tenho observado a obstinada política desenvolvimentista chinesa, a qual vem engolindo mercados e eliminando centenas de milhares de empregos no mundo ocidental, com tecnologias copiadas ou inovadoras, mas aliadas a novos métodos de produção e concomitantemente, observo a indolência de muitos governos (notadamente o Brasil), para a adoção de ações práticas que beneficiem a produção industrial. E isto é de tirar o sono.
Acompanho a performance de nossos homens públicos e, salvo raríssimas exceções, é lamentável o medíocre desempenho de nossos políticos de todas as esferas de poder. Nos últimos meses só se observa brigas pelo poder.
E os egos nunca estiveram tão inflados...
Percebo um enorme descaso em servir o país, em servir o eleitor que lhe outorgou um poder apenas temporário.
Esta últimas semanas tem deixado todo mundo embasbacado, com os lances de nossos políticos, e é evidente a constatação do baixíssimo nível de informação destes senhores que nos representam. Misericórdia!
O livro de José Schumpeter, editado há mais de 65 anos, “Capitalismo e Democracia”, evidencia:
“Uma incessante revolução nas entranhas da estrutura de produção, destruindo implacavelmente a antiga e criando ininterruptamente uma nova. Este processo de destruição criadora é a essência do capitalismo.”
Ora, sem dúvida são as inovações tecnológicas junto com o trabalho laborioso dos cidadãos, que cria a riqueza responsável pela melhoria na qualidade de vida das pessoas. Mas, a inovação sempre produz brutal mudança no ambiente econômico e de acordo com Schumpeter, é inevitável a destruição das estruturas obsoletas de produção e sua substituição por modelos mais eficientes que agreguem tais inovações.
Ignorar estas premissas é pedir para falir e fazer sumir seu negócio. Muitos negócios sumiram nos últimos três anos...
O mundo ocidental surpreende-se com a dinâmica e o vultoso crescimento da economia de muitos países asiáticos, com ênfase para a China.
Tive a oportunidade de visitar a China em 2002, e permaneci lá durante duas semanas. Participei de Congressos Científicos, visitei indústrias de química fina, fiz algumas reuniões comerciais envolvendo agronegócio, e rodei um bocado entre Shangai e Nanjing.
Foi mais que suficiente para entender que:
Eles não possuem uma carga tributária exorbitante.
Eles não possuem juros estratosféricos.
Eles copiam tecnologias e produtos, não respeitam patentes, mas inovam processos produtivos e conseguem qualidade com preço muito competitivo. A pirataria é institucionalizada e emprega milhões de pessoas.
Eles possuem respeito pelo cliente e pelo fornecedor.
Eles não transgridem regras estabelecidas porque a punição é severa.
Eles se esforçam sobremaneira porque vêem a riqueza premiar esforço dispendido.
Eles são alegres, trabalham em equipe, se respeitam, e respeitam a hierarquia.
Eles honram seus pais e dedicam-se muito a família.
Seus cidadãos ganham menos em termos monetários, porém tem melhor qualidade de vida porque o custo de vida é muito mais baixo. Recordo que nos hotéis onde permaneci os valores cobrados eram 20% dos valores cobrados no ocidente. Inacreditável!
É hora de começar a copiar estes modelos que vem dando certo... É hora de parar com elocubrações que levam a lugar nenhum.
O país tem pressa!
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