Chamam-lhe JOMAV para simplificar, talvez para poupar a saliva naquele país quente onde a água potável vale ouro, mas ele chama-se José Mário Vaz (na foto) e é presidente da República da Guiné-Bissau. Um alegado republicano que comporta a censura na comunicação social em altar. Isso mesmo demonstrou à boca cheia em pedido verbal aos jornalistas, efetuado na passada segunda-feira: "Aos jornalistas vou pedir só uma coisa. Vamos fazer como faz Cabo Verde. Se eu falar coisas que coloquem a Guiné-Bissau mal lá fora, cortem", afirmou José Mário Vaz, segundo a Lusa, no DN.
Para já ignorávamos que Cabo Verde, alegado país mais democrático de África, segundo os “sábios” internacionais, tem jornalistas que também são censores e assim adulteram a profissão… Mas o que está agora em causa é a Guiné-Bissau e o tal JOMAV pseudo democrata e, por isso, concordante da censura.
Ora os critérios deste afamado presidente guineense que tem levado avante um mandato de tropelias antidemocráticas e esquizóides demonstram a sua falta de respeito pelos acordos internacionais e, principalmente, pela constituição da República a que ele preside, porque ali nada consta relativamente à legalização de qualquer espécie de censura. Antes pelo contrário, legitima a liberdade de informação e de expressão, entre outras.
A seguir as declarações do bastonário da Ordem dos Jornalistas, talvez um sindicato com um nome pomposo, onde se revela, nas declarações, contra os “cortes” sugeridos pelo PR defensor de inconstitucionalidades. As declarações são de afirmação contra a censura, contudo, na frase pronunciada, usa uma palavra em que lamenta não poder seguir a sugestão de JOMAV, ele diz que “infelizmente” os jornalistas não podem satisfazer o presidente no seu pedido de assumirem a tarefa de censores. Mas qual “infelizmente”? Felizmente, deveria dizer aquele sindicalista, perdão, bastonário, para que sem dúvidas se concluísse que estava do lado das regras democráticas e do que é expresso na constituição do seu país, a Guiné-Bissau. Com aquele "infelizmente" não colhe os 100%.
Ao que parece o assunto vai ter pano para mangas ou badana para toda a semana, o que na Guiné-Bissau pode significar meses ou até anos. Pior é que nestas andanças as grandes vítimas são as populações guineenses, isto porque uns quantos pseudo-iluminados, provavelmente com licenciamentos universitários saídos nas tampas premiadas de um qualquer detergente ou caixa de preservativos, se constituíram da elite e massacram permanentemente a sobrevivência e o quotidiano do povo guineense. Amílcar Cabral se visse o que ali acontece teria muito nojo de tais sebosos elitistas da política e de outros misteres do sistema putrefacto e a modos que ganzado que vigora na Guiné-Bissau.
Nem de propósito, num despacho da Lusa, ficamos a saber do recuo dos todos poderosos do regime guineense relativamente àquela agência de notícias. Para saber mais pode ler “Atividade da agência Lusa "não está suspensa" - Governo guineense" .
E desenvolve:
"O ministro da Comunicação Social da Guiné-Bissau, Vítor Pereira, anunciou hoje, em declarações à agência Lusa, que o Governo guineense recuou na decisão de suspender a atividade da agência de notícias portuguesa naquele país.” A notícia completa-se no link acima, em Sapo 24.
A seguir as declarações do bastonário da Ordem dos Jornalistas e restante desenvolvimento, se continuar a ler.
MM | PG
Jornalistas guineenses trabalham para bem-estar da população e não fazem censura – Ordem
O bastonário da Ordem dos Jornalistas da Guiné-Bissau, António Nhaga, disse hoje que a imprensa guineense trabalha para o bem-estar da população e que não pode satisfazer o pedido do chefe de Estado de lhe censurarem declarações.
"Infelizmente nós não vamos poder satisfazer o pedido do Presidente da República, ou seja, o Presidente da República está a pedir-nos para fazer uma coisa que nós não podemos fazer. Se nós próprios somos contra a censura, não somos nós que vamos fazer censura", afirmou António Nhaga à Rádio Nacional da Guiné-Bissau.
O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, pediu segunda-feira aos jornalistas para contribuírem para a construção do país, evitando passar mensagens que ponham em causa a Guiné-Bissau.
"Aos jornalistas vou pedir só uma coisa. Vamos fazer como faz Cabo Verde. Se eu falar coisas que coloquem a Guiné-Bissau mal lá fora, cortem", afirmou José Mário Vaz.
Nas declarações à rádio nacional guineense, António Nhaga explicou que os jornalistas fazem notícias e o que "é notícia" têm de publicar.
"Isso, não podemos fazer", disse António Nhaga, referindo-se ao pedido do chefe de Estado guineense.
António Nhaga afirmou também que a "imprensa não destrói a imagem da Guiné-Bissau" e que as autoridades têm de definir uma "política de comunicação".
Lusa | em Diário de Notícias | 27 junho 2017
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