terça-feira, 8 de agosto de 2017

GNR dá ordem para poupar nos carros e quer patrulhas a pé

RUI MANUEL FERREIRA / GLOBAL IMAGENS

Comando do Porto diz viver "período crítico no que concerne à manutenção de viaturas", por falta de cabimento orçamental

O Comando Territorial do Porto da GNR assume, numa comunicação a todas as chefias do distrito, que os constrangimentos orçamentais para a reparação e manutenção de viaturas são de tal forma que levam a medidas de contenção rigorosas. Os militares são avisados de que "é absolutamente proibida a autorização de qualquer serviço/aquisição que origine despesa sem prévia emissão da nota de encomenda". Reconhecendo que o parque de viaturas se encontra muito degradado, com elevada quilometragem e com avarias constantes, a GNR do Porto alerta, numa mensagem de 1 de agosto, que "o não cumprimento destas instruções poderá fazer incorrer em responsabilidade pelo pagamento dessas despesas aos militares que as autorizarem".

Nesta linha, um destacamento territorial avançou com medidas nos seus postos, em que sugere privilegiar, quando possível, o patrulhamento apeado e que as viaturas façam mais 5000 km do que o recomendado para a mudança de óleo. "Nos tempos que se seguem a reparação e manutenção de viaturas pode estar comprometida por falta de cabimento orçamental da unidade, expectando-se com isto que algumas viaturas fiquem vários meses sem manutenção ou na reparação." É com este contexto que um destacamento territorial do Porto da GNR comunicou aos comandantes de postos e chefes de núcleos a série de medidas "de modo a poupar e a rentabilizar as viaturas".

A comunicação interna foi confirmada ao DN por César Nogueira, presidente da Associação Profissional da Guarda (APG/GNR). "O Porto é das maiores unidades do país, com seis destacamentos territo-riais, mais meios e mais homens. É lógico que o comando do Porto não tem responsabilidades por haver falta de verba", disse César Nogueira, para quem "a evolução desde 2001, desde os tempos da troika, é negativa. Cada vez está pior e agrava-se de ano para ano. Estas medidas são cada vez mais vulgares".

Nesta linha, um comandante de um destacamento territorial da GNR emitiu o alerta em que sublinha que as medidas de poupança a serem tomadas pelos postos e núcleos "não devem colocar em causa a atividade operacional". Sugere como primeira medida de contenção "optar por um patrulhamento apeado, moto ou ciclo em detrimento do patrulhamento auto". Entre outras recomendações em que pede a sensibilização dos militares para uma maior coordenação das deslocações, a GNR informa os guardas que "o óleo que é colocado nas viaturas poderá ser utilizado até mais 5000 km", do que o valor definido para a revisão. "As viaturas têm uma margem de 5000 km após a quilometragem marcada para a revisão." Quando atingir o excesso de 5000 km, uma viatura "obrigatoriamente deverá ser parada e efetuada uma mensagem como INOP (inoperacional)".

O dirigente da APG/GNR considera que ao fazer "esta contenção, irá faltar alguma coisa", apontando que a escassez de meios é gritante, sobretudo a nível de viaturas. "Há carros com 700 mil e 800 mil km ao serviço", critica César Nogueira.

O patrulhamento apeado é uma opção difícil de concretizar, alerta. "Só no centro de uma vila ou cidade é que é possível. A maioria dos postos da GNR tem áreas muito extensas, além de ter efetivos humanos muito reduzidos." Por tudo isto, o responsável associativo dos militares da GNR diz que "a evolução desde a troika é negativa. As alterações são para pior. Há postos em que as viaturas disponíveis são muito antigas, algumas estão inoperacionais. Não tem havido investimento nas forças de segurança. A GNR recebe a mesma verba mas as manutenções são mais caras, o serviço aumentou, com o turismo a incrementar a atividade."

No ano passado, quando houve uma redução de verba atribuída para combustíveis, a ministra da Administração Interna garantiu no Parlamento: "Não vai haver carros patrulha parados por falta de combustível". Constança Urbano de Sousa disse também que "as rondas também se fazem a pé".

GNR garante uso eficiente

Contactada pelo DN, o Comando Geral da GNR respondeu que, no que respeita à gestão dos meios, "as indicações são transversais a todo o dispositivo da GNR, no sentido de que todos os procedimentos administrativos sejam escrupulosamente cumpridos na reparação de viaturas, bem como o seu eficiente uso, garantindo deste modo um adequado nível de operacionalidade, tendo como um único fim, a garantia da segurança dos cidadãos".

Os problemas com as viaturas e meios da GNR, e outras forças de segurança, não são novos. No ano passado, o comandante territorial do Porto admitia os constrangimentos orçamentais. O Porto é o maior comando da GNR com 1480 militares, mais cerca de uma centena de pessoal civil, com seis destacamentos territoriais e dois de trânsito, e 34 postos. No ano passado tinha 370 viaturas.

Fonte: DN

Comentários

Duas palavras apenas Ri Diculo ! No Estado há dinheiro para excentricidades (principalmente em ano de eleições) e não há para o básico! Pôr em causa a segurança publica é brincar com o fogo!
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Nuno Vaz · 
Não é BÁSICO não ! - Porque o Costa de Goa está a ser criminoso por não munir as forças da ORDEM com os meios financeiros que são necessários à segurança de PORTUGAL !
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Sandra Moreira · 
Francisco Leão, ridículo mesmo, concordo
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Marcia Antunes
Esta gente não percebe de negócios. Punham objectivos de coimas e multas aos militares. Se eles fossem alcançados então o excedente podia ir para a manutenção das viaturas . Ao militar com melhor performance dava direito a uma grade de minis. ( just kiding)😀😁😎
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Paulo Pinto
A GNR e os seus guardas barrigudos são uma imagem de marca, não vai ser a andar a pé que se vai manter esta tradição tão antiga como a própria guarda!
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Paulo Pinto
Não te escapa nenhuma
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Maria Emília Santos Santos · 
Estão a brincar com a segurança do país?
E vão legalizar todos e qualquer emigrante sem condições, seja ladrão ou assassino, e sem recambiamento à pátria dele, mesmo que aconteçam os maiores delitos?!...
Então é ou não o objetivo do governo, entregá-lo de mão beijada à globalização!?... São os negócios escuros de quem nos desgoverna.
Promover os delitos e retirar a segurança e o poder a esta, é fragililizar a sociedade, tornando-a vulnerável para facilmente ser conquistada pelo inimigo!
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João José Carmo
Pois no meu tempo quando era pequeno, bem se via muitas patrulhas a pé, de aonde se deslocavam de Olhão até Moncarapacho, e ainda por cima com um fuzil às costas e com um capacete de aço na cabeça, ,
Carlos Duate · 
Isto é o cúmulo do país que temos.. quando achava que já tinha assistido a tudo que há de mau, vem está notícia para relembrar que temos políticos fracos e na sua maioria corruptos..
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Pedro Miguel Pereira
Então mas não tinha acabado a austeridade ?!?!?!
Vão passar a andar de transportes públicos e de bicicleta... não lhes peçam é para apanhar ladrões ou chegar a tempo e horas a algum lado !!!
Já estou a ver uma brigada a fazer uma Operação Stop, radar montado e tudo a soprar ao balão... E ao lado uma fila de bicicletas "pasteleiras" com alforje e tudo, com chapas da GNR !!! 😂😂😂
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Artur Fernandes Ferreira · 
andando de carro tem mais segurança?porque ,nas cidades podem bem andar a pe,na minha ideia so reforca a segurança
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Fernando Ferreira
Má ideia. Elementos apeados saor elementos sem qualquer capacidade de intervenção à excepção de uma área de poucas centenas de metros ao seu redor, se tanto.
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Marcia Antunes
O problema é que nas cidades normalmente é a PSP. A GNR atua normalmente nos meios rurais pelo que andar a pé não deve ser bom para patrulhar serras e areas florestais.
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Manuel Luís
Já foi assim noutros tempos. Nada me admira. Será que é desta que vou ver os oficiais a andar a pé para o serviço?
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Marcia Antunes
Até pode existir. Mas os dois que conheço vao no carro particular.
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Paulo Garcia · 
Muitos Cargos na empresa Suíça
Os oficiais nunca andarão a pé esses têm viatura
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Henrique Gomes
Grande Kosta! Assim se chega ao cumprimento do défice. Continua que vais no bom caminho, qualquer dia não se pode andar na rua por falta de segurança. Obrigado geringonça!!!!
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Nuno Vaz · 
A CULPA é só do Prof. Martelo que já devia ter corrido com o Costa de Goa !
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Nuno Vaz · 
E agora venham dizer que a culpa é do Coelho dos maus Passos !
Nunca mais votarei em GOESES !
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Sandra Moreira · 
Se houver algum ladrão,ou outra coisa que aconteça,a GNR, têem de ir a correr,o que se deviam preocupar não se preocupam
Nuno Marques
Não há dinheiro? Á BT e á divisão de trânsito da psp não faltam carrinhos novos para andar às multas.
Ricardo Martins · 
E começar andar de autocarro ou ficam no posto até acabar o turno
De houver uma acorrrencia vai de táxi e pagam do bolso deles
Assim fica resolvido duma vez
Natália Braz
Também se aplica às altas patentes?
Pedro Pim
Lindo.... Vão atrás dos ladrões a pé.... Portugal anda PODRE
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Fernando Diniz · 
Trabalha na Empresa ZDF
A pe e de bicicleta já deveriam andar há muito tempo
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Daniel João Vaz · 
Trabalha na Empresa Hospital Beatriz Ângelo
Acho muito bem que se façam patrulhas a pé
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Rui Manuel Romero · 
País maravilha. Primeiro bombeiros de comboio agora GNR pé descalço
Jose Ribeiro Trinita · 
Trabalha na Empresa Tropas Paraquedistas
E faz bem à saúde ... lool
Lucinda Teixeira
Que tal políticos a pé esses sim!!!!! não este não é o meu pais
Anderson Gouveia
E as receitas das multas?
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Pedro Dias
Única maneira de manterem a forma física!
Carolina Rego · 
Faz bem à saúde!!😂

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