O líder do regime norte-coreano, Kim Jong-un, segue disparo de míssil Hwasong-14 em julho
| KCNA-REUTERS
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Regime de Pyongyang garante que nunca negociará ou abandonará o seu programa nuclear. Governo de Seul quer reforço de presença militar dos Estados Unidos na região.
A Coreia do Norte reagiu com a habitual violência verbal e ameaças de dar uma "lição implacável" aos Estados Unidos, após a aprovação por unanimidade de novas sanções ao regime dirigido por Kim Jong-un pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas durante o fim de semana.
As sanções foram consideradas as mais duras no "espaço de uma geração" pela embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, e visam reduzir em cerca de um terço o rendimento obtido pelas exportações da Coreia do Norte. Numa declaração divulgada ontem pela agência oficial de Pyongyang, a KCNA, lê-se que a retaliação do regime "será mil vezes pior" e se as sanções não forem levantadas, os EUA serão punidos com uma "lição implacável".
Falando em Manila, no quadro de uma reunião da Associação de Países do Sudeste Asiático (ASEAN), organização cujos dez Estados membros mantêm relações diplomáticas e económicas com a Coreia do Norte, o ministro dos Negócios Estrangeiros deste país, Ri Yong-ho, assegurou que as sanções não levarão Pyongyang a abandonar o seu programa nuclear nem "a negociar" o seu direito a ser prosseguido. O governante norte-coreano declarou que Pyongyang "nunca vacilará no reforço" do seu arsenal nuclear. À margem da reunião, Ri conversou com a sua homólogo de Seul, Kang Kyung-wha, durante três minutos. Um encontro inconclusivo, segundo fonte sul-coreana citada pela Reuters.
Igualmente presente em Manila, o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, pediu aos membros da ASEAN para "isolarem" a Coreia do Norte enquanto esta manter uma linha de ação belicista.
Sinal do aumento de tensão na região, o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, manteve ontem contactos telefónicos com o seu homólogo americano, Donald Trump, e com o primeiro-ministro Shinzo Abe, do Japão. Evidência de que a situação é considerada preocupante é a notícia de que o governo de Seul quer que os EUA desloquem os grupos de combate dos porta-aviões USS Carl Vinson e USS Ronald Reagan se desloquem para a região assim como querem que Washington reforce o seu dispositivo militar com um submarino nuclear.
Outro indicador da atmosfera de tensão que se vive na península é o resultado de uma sondagem divulgada no passado dia 4 em que mais de 70% dos sul-coreanos se manifesta a favor da colocação no país do sistema de defesa antimíssil THAAD, dos EUA. A percentagem de inquiridos que responde afirmativamente é superior a 65% em todos os segmentos do eleitorado, dos conservadores aos progressistas, sendo que estes últimos são a base natural de apoio do presidente Moon. Só 18,4% dos inquiridos é que se pronunciou contra. Recorde-se que Moon, durante a campanha para as presidenciais em que acabou por ser eleito em maio último, declarou oposição à instalação do sistema. Agora, foi autorizada a colocação na Coreia do Sul de mais quatro baterias, além das posicionadas desde março passado.
No final da passada semana, o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, o tenente-general H.R.McMaster, afirmou à MSNBC que o ditador norte-coreano "não deve dormir muito bem" com o seu país sujeito cada vez a mais sanções e encontrando-se "totalmente isolado". McMaster reconheceu que o mais recente lançamento de um míssil balístico intercontinental norte-coreano Hwasong-14, nos primeiros dias de julho, "é uma ameaça séria" para os EUA.
No início do mês, o diário Chosun Ilbo noticiou ter decorrido uma reunião entre os principais responsáveis militares dos EUA e da Coreia do Sul na qual terão sido considerados soluções operacionais em caso de conflito. A opção de um ataque preventivo teria sido considerada, mas fontes militares sul-coreanas referiram àquele jornal que a preparação de uma tal operação, pela dimensão dos meios envolvidos, "não deixaria de alertar o Norte e seus aliados", isto é, a Rússia e a China.
Fonte: DN
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