David Dinis, Director
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Bom dia!
Aqui estão as notícias desta noite:
Trump quer implodir o acordo com o Irão. Segundo o Washington Post, o Presidente dos EUA vai anunciar na próxima semana que o acordo sobre o nuclear assinado com o Irão não está a ser cumprido e não é do interesse dos EUA. Trump quer que o Congresso actue em conformidade - o que significa mais um problema para os republicanos (e, em última instância, para o mundo).
O procurador especial aproxima-se da pista russa. A equipa de Mueller encontrou-se com Christopher Steele, o ex-espião do MI-6 que foi o autor de um relatório que afirmava que os russos tinham informação comprometedora sobre Donald Trump. Diz a CNN que as informações podem ajudar os investigadores a perceber se os contactos entre os mais próximos do agora Presidente com responsáveis russos violaram alguma lei - o que seria porta aberta para um impeachment.
Em Angola, João Lourenço já exonerou um ministro. Nomeado há uma semana, António Rodrigues Afonso Paulo não foi à tomada de posse e pagou rapidamente o preço pela ausência.
No mundo do futebol, as novidades são estas: Alemanha e Inglaterra qualificaram-se para o Mundial de 2018, o que eleva para nove o total de selecções já apuradas. Amanhã, contra a Andorra de Bernaus, Portugal tenta pôr um pé no décimo posto.
No Público de hoje
No Estado, as progressões vêm devagarinho. Como conta a Raquel Martins, na nossa manchete de hoje, a solução do Governo para fazer muito com pouco dinheiro é esta: descongelam-se progressões para todos em Janeiro, mas faseadamente; e tudo o que está para trás tem excepções, muitas interrogações e também virá aos poucos - incluindo nas horas extra. O melhor é ler aqui, porque é muuuito complexo.
Ainda sobre o próximo Orçamento, há outra novidade com interrogações no Negócios de hoje: afinal, o Governo admite alargar o alívio de IRS ao terceiro escalão - mas ainda não se sabe como quanto ou quando. Daqui a nada, eu já acrescento um ponto no publico.pt
Quente, quente, está o PCP, que deixou ontem nota de uma grande irritação com PS e BE. O que isto quer dizer sobre a negociação que se segue é que ainda não sabemos bem.
No PSD, as últimas movimentações são estas: Montenegro não avança nem apoia ninguém (que é como quem diz, fica de reserva para depois das legislativas). Enquanto Paulo Rangel ganha um apoio especial, para o bem e para o mal. Já Santana Lopes, reflecte em voz alta contra "as lapas" do aparelho (no Correio da Manhã de hoje).
Ontem, o Presidente prometeu mais vigilância. O que disse Marcelo e o que quis dizer está aqui contado pela Leonete Botelho. Levando-me a escrever um Editorial com o título que é o possível: "Se bem percebi Marcelo".
À porta do 5 de Outubro houve um protesto. Os professores queriam um passo atrás nas colocações, mas o Governo disse logo que não.
Agora, anotamos um passo à frente na maternidade: quase dois terços das mães já amamentam em exclusivo até aos três meses. Em duas décadas, alguma coisa mudou para melhor.
Para ler e reter
1. E o Nobel regressou ao romance. Evitando a polémica dos últimos dois anos, a Academia Sueca deu o grande prémio da Literatura a um escritor de romances (para fazer o mundo feliz, na tradução não literal que a Inês Nadais e Isabel Salema fizeram em cima da hora). A Isabel Lucas, que conhece bem o autor, explica assim: "Kazuo Ishiguro não gera paixões, mas sossega quem acha que o Nobel andava a negar o cânone: é um inglês tranquilo que transporta a tradição para uma literatura que quer arriscar". Helena Vasconcelos acrescenta um ponto: Ishiguro é sobre "escrever e recordar", como se recordar fosse um imperativo ético. É isso que ele faz, obra a obra.
2. Um terminal de cruzeiros pode lançar a polémica? É de arquitectura que nos fala a capa do ípsilon de hoje, com uma entrevista da Isabel Salema a Carrilho da Graça. A conversa é sobre o seu novíssimo Terminal de Cruzeiros de Lisboa, que dá várias contrapartidas à cidade que vai invadir de turistas, um projecto cheio de ambivalências, que promete polémica - mas também fazer escola. "Não receio que se torne um símbolo da Lisboa dos turistas", diz-nos ele. Será que não?
Seguindo viagem, o ípsilon mostra-nos Camané a cantar Marceneiro, também um "inferno na plateia" do São Luiz, assim como o livro das 1001 traduções (guess what) e um regresso a Melville e a Al Berto. Acredite: dá para um fim-de-semana inteiro de (re)descobertas.
3. Um manifesto português para a Catalunha. Porque nada do que está a acontecer aqui ao lado nos deixa imunes, um grupo de intelectuais, académicos e políticos portugueses juntou-se num manifesto, "pela democracia, contra a repressão". À cabeça, Manuel Loff e Fernando Rosas, logo seguidos por Francisco Louçã, Pacheco Pereira, Manuel Alegre, muitos outros. Apelando a "uma solução política negociada".
Ontem, talvez já saiba, dois bancos deram um forte golpe no independentismo, maior até do que a decisão do Tribunal Constitucional de tentar impedir um plenário no Parlamento da região. Em Barcelona, a Sofia Lorena falou com o politólogo Joan Subirats, que nos dá esta imagem: os governos da Catalunha e de Madrid estão presos no jogo da “galinha”. Se quiser carregar no link, percebe logo onde ele quer chegar.
4. Uma ideia de 1974 domina o debate económico nos EUA. A proposta de reforma fiscal realizada por Trump e que agora começa a ser discutida pelo Congresso traz de volta uma velha questão: pode um corte de impostos pagar-se a si próprio? O Sérgio Aníbal conta uma história que começa num guardanapo, agora guardado no Museu Nacional da História Americana.
Hoje acontece
Às dez da manhã vamos saber quem é o Prémio Nobel da Paz, escolhendo a Academia entre 308 candidatos. A Madrid chega uma exposição portuguesa: "Vieira da Silva / Arpad Szenes - Confluências", a maior alguma vez realizada em Espanha dos artistas portugueses. Por cá, no Palácio de Belém, Marcelo começa a receber os parceiros económicos e sociais para discutir o Orçamento para 2018 (enquanto os sindicatos vão às Finanças para conhecer a proposta sobre as carreiras da Administração Pública).
Agora é tempo de lhe desejar bom trabalho - mas não trabalho a mais. No Japão, descobriu-se mais um caso de karoshi, uma senhora que morreu depois de um mês com duas folgas e 159 horas de trabalho extra. A isto chama-se um triste fim - e nós, por cá, não queremos acabar assim. Por isso, já sabe:
que o dia seja produtivo, mas saudável e divertido;
que o fim-de-semana seja um descanso.
Nós ficaremos por aqui, a actualizar-lhe as notícias.
Até já!
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