sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Opinião: “Finalmente a LBP Deixou-se de Discursos da Treta”

O último Verão foi muito mau.
Não há como contrariar o que nos entrou pelos olhos adentro, televisões em directo, dias a fio.
Tudo falhou, ninguém se ponha de fora.
Das mudanças anunciadas, em pacote e à pressa, metade tem a década para se ir fazendo. 
Das outras, algumas são para não fazer, as restantes para entreter.

Feitas bem as contas, só os Bombeiros foram imolados no altar da devastação que o Ophelia facilitou.

Apressada e gratuitamente, culparam-nos de todo o mal que aconteceu.
Um destrato censurável.
Todas as forças foram beneficiadas, nos seus efectivos e recursos, excepto os Bombeiros.
Algumas até condecoradas pelo Primeiro-Ministro.
Na hora das honrarias, os Bombeiros foram esquecidos.
Mais uma vez.
Parece que, finalmente, a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) se deixou de discursos da treta.

Encheu-se de razões, tomou-se de brios e resolveu fazer peito ao Governo.
Apresentou reivindicações, fixou prazos, fez ultimatos.
Percebeu que isto já lá não vai com chá e torradas.
E que amanhã pode ser tarde.
Se os Bombeiros estorvam, o Governo que se deixe de discursos redondos e de hipocrisias digitais, do tom lamecha de “vocês são os maiores”, e arranje quem tome conta da barraca, já.
Esta política do “não fode nem sai de cima” nem aos incontinentes agrada.

Por vezes, falta coragem a quem a devia ter de sobra.

Espero que os Bombeiros não se prestem ao triste papel de aceitar continuar, no ínterim, com a missão dos IFs, enquanto o Governo, sorrateiro, se encarrega de engordar as forças alternativas que, para o ano, haverão de lhe ocupar o lugar.
O Governo anda a brincar com o fogo e arrisca-se a queimar os dedos.
Os Bombeiros, se não zangam à séria, ficam reduzidos às pataletas, a regar o campo da bola e a esticar lâmpadas nas árvores de Natal.
Afastem-se da festa da carica, da lágrima desfeita, do sorriso hipócrita e do elogio pateta.
Das palmadinhas nas costas e da mão no lombo.
Sem espalhafato, tomem medidas com conta, peso e medida.
E que doam.
Mas, cautela.
Os Bombeiros não podem exigir o pão no forno e depois contentarem-se com as migalhas na mesa.
É que, a seguir, tudo se sabe…
O que se exige e o que se negoceia.
O que se reclama e o que se esconde.
O que se quer e o que se diz.

Rebelo Marinho


Apresentação do Mapa de Sessões de Colheitas de Sangue a realizar no ano de 2018 no Posto Fixo da ADASCA em Aveiro


Todas as formas de divulgação 

possíveis são bem-vindas!

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