Sandra Silva Costa
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Óbidos está no mapa turístico de Portugal por várias razões. A mais evidente é a sua imagem de vila-postal: as muralhas, as casinhas brancas com risca azul e amarela que mais parecem de bonecas, as ruelas empedradas que custam a subir mas garantem vistas notáveis. Depois, em Dezembro, há o Óbidos Vila Natal; e em Março/Abril o Festival do Chocolate – este ano, as chuvas de Março levaram a organização a prolongar o evento, e este fim-de-semana as ruas da vila voltam a encher-se de gulosos. Nos últimos anos, Óbidos ganhou novo atractivo: começaram a nascer livrarias em lugares invulgares, uma antiga escola primária, uma igreja, um mercado. Daí até à certificação, pela UNESCO, da vila como Cidade Criativa da Literatura foi só uma questão de tempo. Hoje, Óbidos tem dois festivais de literatura e os livros são uma festa. Porque na segunda-feira se assinala o Dia Mundial do Livro, pedimos à Mara Gonçalves que fosse para Óbidos procurar novos capítulos. Ela foi e voltou com muitas histórias para escrever - e pelo meio dormiu e acordou com livros à cabeceira. Sente-se confortavelmente e folheie estas páginas.
Apresento-lhe agora Catarina Rosa, a pintora daqueles animais aristocratas que lhe andam a encher o Instagram. Quem vive na capital já terá ouvido falar – e muito – de Nicolau e Amélia, dois cães que emprestam o nome a dois cafés, um na Baixa e outro em Campo de Ourique. E também é possível que já tenha visto montes de fotografias dos animais em poses distintas, com luvas de renda e vestidos de seda. Catarina Rosa, a protagonista da semana, é a cara por trás do Tail to Tail, projecto de pinturas hiperrealistas que juntam animais à tradição do retrato burguês e nobre, e esteve à conversa com a Joana Amaral Cardoso.
Se estiver por Aveiro, sugiro que vá bater à porta d’A Mulata. Fica na Avenida Santa Joana e quem lá entra recebe ordem para relaxar, ao mesmo tempo que degusta um chá, uma fatia de bolo ou uma tosta. Tudo vegetariano e com ingredientes especiais. A Maria José Santana esteve por lá e percebeu que na casa de Joana Teixeira dos Santos todos se sentem em casa. Entre, por favor.
No capítulo da mesa, a Alexandra Prado Coelho foi conhecer Ana Ros, a Melhor Chef Feminina do Mundo. Esteve em Portugal no âmbito do Peixe em Lisboa e depois preparou um jantar no Belcanto, ao lado do português José Avillez. A Alexandra sentou-se à mesa e conversou com a eslovena sobre o papel e a responsabilidade dos chefs na preservação dos recursos, a fome no mundo e a importância das memórias na cozinha. Bom apetite!
Também é da Alexandra Prado Coelho o texto sobre a nova vida do Casal de Sta. Maria, onde o novo barão, Nicholas, está a dar seguimento aos vinhos que o seu avô, Bodo von Bruemmer, começou a fazer aos 95 anos. As novidades, e a história de como um homem da banca suíça se instala em Colares, estão aqui.
Dos vinhos passamos para as cervejas – com a proposta, do Humberto Lopes, para um saltinho a Lovaina, que por estes dias celebra a bebida favorita da Bélgica com um festival que ganhou fama além-fronteiras. É para beber, perdão, ler, aqui.
Está tudo falado por hoje. Eu vou ali num instante fazer anos e por isso, com a sua licença, tiro uns dias de férias. Para a semana, fica entregue aos muito bons cuidados da Alexandra Prado Coelho. Eu volto no dia 5 de Maio. Até lá, boas viagens!
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