sábado, 11 de agosto de 2018

Eu, Psicóloga | Óculos inteligentes ajudam crianças autistas a identificarem emoções





Doze crianças autistas apresentaram melhoras em alguns sintomas do transtorno depois de participar de um estudo em que utilizaram por pelo menos 20 minutos semanalmente, durante um mês e meio, o Google Glass, óculos inteligentes capazes de executar diversas aplicações e apresentar informações ao usuário por meio de suas lentes. Os dados aparecem na visão periférica do usuário.

Através de um aplicativo de leitura facial, o aparelho forneceu para as crianças em tempo real informações sobre as emoções que as pessoas ao seu redor estavam sentindo. Como autistas muitas vezes tem grande dificuldade em manter contato visual e compreender o significado de expressões faciais, isso contribui para a melhora do relacionamento entre os pequenos e suas famílias.

O aplicativo desenvolvido para o Google Glass é capaz de identificar, com base em um banco de dados de milhares de retratos, oito expressões: alegria, tristeza, raiva, nojo, surpresa, medo, neutralidade e desprezo. Uma das crianças que participou do estudo descreveu a experiência como “capacidade de ler mentes”.

Das 14 crianças que participaram do estudo, 12 apresentaram melhora ao estabelecer contato visual e no desenvolvimento de habilidades sociais.  "Observamos um ganho médio consistente e muito forte", disse em nota, o professor associado de pediatria e ciência de dados biomédicos da Escola de Medicina da Universidade de Stanford, Dennis Wall, um dos autores da pesquisa. "As crianças estão ficando mais sociáveis e fazendo mais contato visual, em média, e estão apreciando e compreendendo melhor as emoções, em média, do que quando começaram”. 

De acordo com o estudo, publicado nesta quarta (2) no npj Digital Medicine, seis crianças melhoraram tanto que sua classificação mudou no espectro – quatro foram de severo para moderado, uma de moderado para leve e uma de leve para normal.

“As crianças de com nível médio e alto de funcionalidade podem progredir com este programa para um nível que entre as idades de 4, 5 e 6 anos, não precisem mais de terapia comportamental intensiva ", disse Wall em nota."Esse é o objetivo. Essa é a esperança ".


Fonte: Revista Crescer

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