sábado, 11 de agosto de 2018

Eu, Psicóloga | 9 Transtornos psicológicos que só acometem turistas



A jornalista Lissette Calveiro viajava todos os mês para fazer novas fotos com o intuito de surpreender seus seguidores nas redes sociais. Mas a jovem logo entendeu que, na busca pela popularidade e criando a ilusão de uma vida rica, acabou destruindo quase tudo o que possuía, gerando dívida por cima de dívida. Com o surgimento das redes sociais em nossa vidas, as viagens se transformaram numa condição necessária para todos aqueles que querem ostentar e ganhar a aprovação alheia por meio de likes, muitos likes. Só que viajar muito não afeta apenas a carteira e seu perfil nas redes sociais, mas também pode afetar a saúde mental.

Veja 9 transtornos psicológicos que podem ocorrer naqueles que não conseguem parar quietos e que estão sempre percorrendo o mundo em busca de novas aventuras.

1. Síndrome de Paris


Quando alguém pede que você se imagine em Paris, qual a primeira coisa que lhe vem à cabeça? Certamente será a Torre Eiffel, padarias elegantes cheias de delícias na vitrine e as belas francesas com suas roupas estilosas. Muitos turistas viajam à capital francesa tendo mais ou menos esse conceito em mente, mas suas expectativas acabam frustradas diante da realidade da cidade.

É óbvio que a síndrome de Paris não depende da nacionalidade, mas os mais suscetíveis são os japoneses, devido às enormes diferenças culturais. O Japão é conhecido pela hospitalidade e gentileza em relação aos desconhecidos. Assim, enfrentar a frieza das relações atribuida aos franceses, os roubos e tentativas de golpe torna-se um estresse para a mente. Com isso, os visitantes são obrigados e passar por terapias psicológicas.

Sintomas:
  • Forte decepção.
  • Alucinações, sensação de perder o contato com a realidade.
  • Mania de perseguição.
  • Agressão infundada.
  • Histeria.
  • Náuseas e enjoos.

2. Síndrome de Jerusalém

A síndrome de Jerusalém não depende da religião do turista, e pode afetar qualquer visitante que esteja na cidade. E quando mais viagens por lugares considerados sagrados, maiores são as chances de a pessoa passar a se sentir um personagem bíblico: é assim que a síndrome se manifesta. As vítimas começam a chamar atenção gritando profecias e dando escândalos, e às vezes o comportamento pode chegar a extremos, provocando até lesões físicas (tanto em si mesmo quanto em terceiros). Nesses casos, é preciso internar a pessoa compulsoriamente até que o surto desapareça. Geralmente, a síndrome some algumas semanas depois ou quando o turista deixa a cidade.

Sintomas:

  • Emoção.
  • Desejo de se separar do grupo e da família para viajar sozinho.
  • Obsessão com limpeza: banhos frequentes e vontade constante de cortar as unhas das mãos e dos pés.
  • Fabricação de uma vestimenta similar a uma toga na cor branca com materiais que estiverem disponíveis: geralmente lençóis de hotéis.
  • Gritar versos do livro sagrado de sua religião e hinos religiosos.

3. Síndrome de Stendhal


A síndrome de Stendhal pode acometer turistas em qualquer lugar: num museu mundialmente famoso, no zoológico, no teatro ou na rua ao ver uma pessoa famosa ou muito bonita. A sensação provocada pela beleza emociona tanto o visitante que ele, literalmente, enlouquece. A síndrome foi mais registrada nos museus de Florença, Itália, e há pessoas que são imunes a ela, como nativos da América do Norte e da Ásia. Os italianos também não sofrem com o fenômeno, pois vivem em meio a grandes obras de arte e estão acostumados com elas.

Sintomas:

  • Enjoos.
  • Alucinações.
  • Taquicardia.
  • Falta de orientação no espaço, desmaios.
  • Histeria, comportamento destrutivo.

4. Dromomania

Há viajantes que não sabem quando viajarão pela próxima vez, tudo depende do estado emocional. A dromomania é um transtorno psicológico que se manifesta quando uma pessoa sente uma obsessão por sair de casa e ir para qualquer lugar.

Durante esses trajetos, o paciente acaba acalmando a própria ansiedade e voltando para casa, sabendo que tomou uma atitude nada racional. Mas existe também uma versão mais perigosa do transtorno: a pessoa resolve viajar, ou simplesmente perambular, até perder as forças. A primeira “fuga” desse tipo pode ser provocada por um forte estresse, mas os motivos ficam cada vez menos importantes.

Sintomas:

  • Impulsividade: uma vontade espontânea de, por exemplo, ir pescar. Vale a pena se preocupar caso a pessoa tenha abandonado tudo o que estava fazendo (a comida, por exemplo), trocado de roupa e saído.
  • Falta de preparação para a viagem: a pessoa resolveu ir para as montanhas, mas sem levar roupas adequadas nem mantimentos.
  • Indiferença diante das obrigações: não se importar em absoluto com o fato de precisar faltar no trabalho ou de fazer mal aos entes queridos.

5. Choque cultural

Todo mundo que viajou ao exterior pela primeira vez ou viu algo incomum no ambiente com o qual está acostumado sabe o que é choque cultural. Quase sempre ele se caracteriza por fortes impressões causadas por emoções novas e desconhecidas: comida estranha, hábitos diferentes, idioma desconhecido. O lado negativo desse fenômeno é o pânico e a vontade de se esconder do mundo exterior.

Etapas do choque cultural:

  • “Lua de mel”: você se apaixona pelo lugar assim que chega, e fica totalmente emocionado. Nesse momento, tem vontade de conhecer o maior número de lugares possível, se sente seguro entre os desconhecidos e satisfeito com a atenção recebida. Essa etapa dura cerca de duas semanas.
  • Choque cultural: agora você começa a notar os detalhes que incomodam. O transporte público esquisito, alimentos diferentes vendidos na rua e o cansaço provocado pelo esforço de tentar entender o idioma. Geralmente é nessa etapa que as pessoas fazem as malas e voltam para casa
  • Aceitação: quando a pessoa encontra forças para permanecer após a segunda etapa, a depressão vai, aos poucos, dando espaço para o otimismo. Surge a sensação de disposição para começar a viver nas novas condições.
  • Adaptação: aos poucos você começa a se acostumar com as pessoas, os comportamentos e até mesmo com o transporte local. Aquela forte emoção inicial passa, assim como a angústia.


6. Choque cultural ao contrário

Agora lembre do que você sente ao voltar para casa depois de umas boas férias. Quase todo mundo conhece a sensação de choque cultural ao contrário, que vem acompanhado por uma depressão e decepção. Comparada com o local onde você passou seu período de descanso, sua casa parece diferente, não como era antes da viagem. Passa a achar que faltam muitas coisas na sua cidade natal e que sua vida cotidiana é insuportavelmente entediante e que sua cidade é feia, mal cheirosa, cheia de crimes e por aí vai.

Sintomas:

  • Sentir falta do idioma estrangeiro, ainda que em doses pequenas. Por exemplo, seria capaz de tudo só para pedir uma xícara de café em outra língua.
  • Não perceber os defeitos do país visitado, e começar a ver até as menores coisas ruins presentes em seu local de residência.
  • Agonia diante da rotina.
  • Sensação constante de opressão.

7. Realidade inexistente

Alguns turistas, quando chegam ao hotel, param no bar e ficam ali até a data de retorno. De vez em quando, dançam sobre as mesas e começam brigas, afastando todos ao seu redor. Na verdade, esse comportamento terrível pode ser apenas uma reação perante o estresse causado por um novo lugar. Nessa hora, a pessoa acha que aquilo que acontece ao seu redor é irreal, então ela pode se comportar como quiser.

Sintomas:

  • Se dar ao luxo de fazer o que não faria em casa.
  • Perder o medo e não entender o que é normal: não pensar na própria segurança e se sentir imortal.
  • Achar que as pessoas ao seu redor não existem, que tudo o que acontece não passa de um sonho.

8. Mal da altitude (ou mal das montanhas)

O organismo humano é capaz de se adaptar às condições mais adversas, mas até mesmo os alpinistas experientes estão desprotegidos diante da chamada doença das alturas, provocada pelo ar rarefeito — isso é comum em algumas cidades acima de 3 mil metros de altitude na Bolívia e no Peru, por exemplo. Além do cansaço físico, desidratação do corpo e falta de oxigênio, as duras condições podem provocar todo tipo de visões e alucinações. Nessas situações, podem ouvir vozes e até “ver” parentes e amigos.


9. Efeito psiconeurológico da mefloquina

Antes de viajar para certos lugares, o recomendado é tomar vacina. Existem alguns remédios voltados à prevenção da malária, e um deles causa transtornos psicológicos: a chamada mefloquina.

Sintomas:

  • Ansiedade.
  • Depressão.
  • Comportamento agressivo.
  • Alucinações.
  • Pensamientos suicidas, psicose.
  • Sonhar acordado.
  • Paranoia.


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