sábado, 15 de setembro de 2018

Viajámos pelo tempo do linho e pelas montanhas do Cáucaso

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Fugas
 
 
  Alexandra Prado Coelho  

O tempo do linho já passou? Hoje não precisamos de pensar com um ano de antecedência se quiseremos ter lençóis, mantas ou camisas no próximo Inverno. Antigamente, era preciso plantar o linho em Maio, colhê-lo em Julho, tratá-lo em várias fases até o ter pronto para tecer. Era assim quando não havia estradas na aldeia de Janeiro de Cima. Mas, como a Mara descobriu nesta reportagem, apesar de já haver estradas e vivermos à velocidade da Internet, o tempo do linho está a voltar - o projecto de renascimento desta tradição, que inclui até a produção de plantas tintureiras para tingir os tecidos, chama-se Laboratório da Terra - O Regresso do Linho. A Mara falou com alguns dos principais protagonistas desta história e o Nuno Ferreira Santos fotografou o renascimento desta arte que Janeiro de Cima não quer esquecer. Pelo caminho, os dois foram ainda conhecer algumas das praias fluviais que existem por entre as belissimas Aldeias do Xisto
E de Janeiro de Cima saltamos para o mundo. Neste caso, o mundo quase todo se (pelo menos no Instagram) seguirmos as viagens de Rui Daniel, o protagonista desta semana. Aos 40 anos, este pianista já visitou mais de cem países e está neste momento a atravessar o continente africano rumo ao Cairo. Pelo caminho, ainda angaria fundos para a Fundação Maria Cristina, filantropa e a primeira mulher portuguesa a escalar o Monte Evereste. 
Explorar o mundo pode levar-nos a capitais europeias cheias de turistas ou a montanhas quase desertas com vários mil metros de altitude. Foi por estas que optou Humberto Lopes, seguindo caminhos da antiga Rota da Seda pelo Norte do Azerbaijão e descobrindo que nas montanhas caucasianas, ao lado dos históricos caravanserai começa também a surgir um moderno ecoturismo. Na bagagem, dois livros, Hadji Murab, a biografia escrita por Leon Tolstoi sobre este herói independentista do Cáucaso, e O Círculo de Giz Caucasiano, de Bertolt Brecht. 
Na Fugas desta semana temos ainda espaço (e tempo) para dormir e comer. A primeira sugestão é da Carla B. Ribeiro, que dormiu no Moinho do Maneio, à beira do rio Bazágueda, na serra da Malcata, um projecto criado por um casal, Anabela Martins e Rui Marcelo. Para além das casinhas, o Moinho do Maneio oferece uma experiência diferente: a possibilidade de dormir com as estrelas, numa bolha que é uma espécie de tenda transparente.
E para comer? Por que não experimentar cozinhar pêra-rocha de diferentes maneiras? É época da apanha deste fruto DOP nos pomares do Oeste e eu fui aprender a colher pêras sem as danificar e perceber o que faz a diferença desta variedade portuguesa. 
Mas há mais para ler, no papel e no site, novos bares, livros que acabam de saircocktails sugeridos pelo Miguel Esteves Cardoso. Espreitem aqui, aproveitem as sugestões e até para a semana!

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