Ossufo Momade, coordenador interino do maior partido da oposição em Moçambique, a Renamo, apelou, em tom brando, na terça-feira (15), no distrito de Gorongosa, província de Sofala, aos moçambicanos para deixarem o ódio e tratarem-se como irmãos, independentemente das diferenças que tiverem. Segundo ele, o partido que dirige não tem inimigos e considera-se uma “alternativa para governar o país”.
O general e político discursava na abertura do sexto congresso, que decorre até esta quinta-feira (17), na Serra de Gorongosa.
Uma das formas de implementar a democracia, é fazer com que a paz seja uma realidade em Moçambique, considerou a fonte.
Recorde-se que, em Dezembro passado, o líder interino acusou a Frelimo e o Governo de atrasarem o processo das negociações, supostamente por não estarem “interessados na paz e na reconciliação nacional”.
Ossufo Momade disse em Gorongosa ainda que para a Renamo “não há inimigo” porque “Afonso Dhlakama ensinou-nos a perdoar a todos os seus opositores”.
Assim, os moçambicanos devem tratarem-se como irmãos, deixar de lado o ódio, as intrigas, promover a união, o perdão e a reconciliação para construir um país melhor.
O general voltou a insistir na necessidade de se respeitar o “Memorando de Entendimento Sobre Assuntos Militares”, nomeando 14 oficiais superiores e generais da Renamo, para as Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), e não três, conforme fez o ministro da Defesa Nacional, Atanásio M’tumuke.
Um dos motes do evento a necessidade de cimentar “o espírito de humanismo para o fortalecimento da democracia” e eleger o presidente da Renamo, em substituição de Afonso Dhlakama, falecido em Maio de 2018, vítima de doença.
Disputam a presidência da “perdiz” cinco candidatos, nomeadamente o próprio Ossufo Momade, Elias Dhlakama, irmão de Afonso Dhlakama; Manuel Bissopo, actual secretário-geral; Hermínio Morais, cabeça de lista vencido na cidade de Maputo; e Juliano Picardo, deputado da Assembleia da República (AR), pelo círculo eleitoral de Tete.
Dos cinco candidatos, apenas Juliano Picardo não é militar, enquanto os restantes estiveram ao lado de Dhlakama por vários anos.
Apesar de parecer que a disputa será renhida, há indicações de que Ossufo Momade é a aposta da maioria dos militantes da Renamo. O novo presidente do partido será candidatos às eleições gerais, em Outubro deste ano.
Para além da apreciação dos apreciação dos estatutos, serão eleitos os novos membros da comissão política e do conselho nacional.
Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
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