O PS reagiu hoje com “a maior das perplexidades” às críticas do antigo primeiro-ministro e ex-líder do PSD Pedro Passos Coelho, que acusou de “torcer para que as coisas corram mal” no país.
Em declarações à Lusa, a secretária-geral adjunta do PS Ana Catarina Mendes criticou ainda Passos Coelho por aparecer como o porta-voz de uma “direita que tirou tudo e todos” e de “promessas que o PS e o governo não fizeram”.
“Os pais do colossal aumento de impostos e da taxa de desemprego recorde, do convite à imigração” são aqueles que agora “nem sequer se congratulam” com os “resultados positivos” do Governo socialista de António Costa, acrescentou.
“Diria mesmo que Pedro Passos Coelho, de cada vez que aparece, é para torcer que as coisas corram mal. A verdade é que os resultados da governação do PPS estão aí”, disse.
Na sexta-feira à noite, em Coimbra, o antigo líder social-democrata Pedro Passos Coelho acusou PS, Bloco de Esquerda e PCP de só se importarem com os cortes na despesa em setores como a saúde e educação quando o PSD era Governo.
As críticas de Passos, do ex-Presidente Cavaco Cavaco Silva, também na sexta-feira, na Academia Política Calvão da Silva, em Coimbra, e hoje do líder do PSD, Rui Rio, mais não são, afirmou, do que a prova do “desnorte da própria direita e da incapacidade de ter propostas para o país”.
Exemplos do que considerou boa governação do PS são os salários que, “quer no setor público, quer no setor privado, melhoraram 7% nesta legislatura” ou ainda a “despesa na Educação e na Saúde, que caiu” no governo de Pedro Passos Coelho “e sobe com o governo do PS”.
A secretária-geral adjunta e deputada do PS lembrou, como tem feito o primeiro-ministro por diversas vezes, que, na saúde, a despesa aumentou nesta legislatura 1.300 milhões de euros, “depois de ter caído mais de mil milhões de euros” durante o Governo PSD-CDS.
Os portugueses “sabem que reduzir, cortar é o contrário de subir, como aconteceu ao longo de todo o tempo” do anterior executivo.
Na sexta-feira, Passos Coelho avisou que devido a uma pior conjuntura externa – por exemplo, quando grandes economias para onde Portugal exporta entrarem em recessão – e com as receitas do Estado português a cair, o Governo terá de cortar na despesa, mas ironizou que isso “nem pensar, o Tribunal Constitucional não deixa”.
“Só se for na saúde, na educação, no investimento e noutras coisas, porque nessas o Partido Comunista português, o Bloco de Esquerda e o PS não se importam de cortar. Só se importavam que nós [PSD] cortássemos, quando são eles a cortar não tem problema nenhum”, alegou, arrancando aplausos à assistência.
Pedro Passos Coelho disse ainda que a questão “não é de partidos ou de clubes partidários, é um problema nacional” e responsabilizou o PS, argumentando que “sempre que estes problemas graves aconteceram, era o PS que tinha a responsabilidade de tratar destas coisas” porque estava no Governo.
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