Um estudo realizado no âmbito do 3.º Barómetro de Internamentos Sociais revela que se gastaram cerca de 81 mil dias de internamento inapropriado nos hospitais portugueses, um aumento de mais de 24 por cento em relação ao Barómetro anterior.
O relatório final demonstra que, com base nas respostas de 79 por cento dos hospitais nacionais, foram registados 17 mil internamentos, 829 dos quais inapropriados, o que equivale a 4,7 por cento do total de internamentos.
Estes resultados foram apresentados no início de abril, na 6.ª Conferência de Valor da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), realizada em parceria com a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI).
Durante a iniciativa, que teve como tema central os “Modelos de gestão da qualidade e melhoria contínua em saúde”, Alexandre Lourenço, presidente da APAH, revelou que esta realidade se traduz num “aumento do número de dias de internamento inapropriado, que nesta edição do barómetro quase atinge os 100 dias, com alguns casos a chegarem aos oito meses, sendo a região de Lisboa e Vale do Tejo a que apresenta números mais significativos”.
Segundo João Araújo Correia, presidente da SPMI, “os internistas são uma parte central desta questão, uma vez que 56 por cento dos internamentos inapropriados acontecem nos Serviços de Medicina Interna, que é atualmente a maior especialidade médica hospitalar em Portugal e a que alberga a maior parte das camas do Serviço Nacional de Saúde”.
E acrescenta: “A totalidade dos Serviços de Medicina Interna do país têm, em média, 25 por cento da sua lotação ocupada com doentes com alta clínica. Isto porque a colocação na rede de cuidados continuados demora cerca de dois meses e num lar da Segurança Social nunca menos de seis meses.”
No final da conferência foi ainda assinado um protocolo de cooperação entre a APAH e a SPMI, que visa promover o estudo e discussão de diversos temas na área da saúde, com o objetivo de alcançar um sistema de saúde mais eficiente e seguro.
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