terça-feira, 7 de maio de 2019

Dia de Santa Cruz e a recriação histórica da Lenda do Santo Lenho comemorados em Proença-a-Nova



As comemorações do Dia de Santa Cruz, a recriação histórica da Lenda do Santo Lenho e a homenagem à figura de Pedro da Fonseca, considerado o Aristóteles português, encheram as ruas de Proença-a-Nova, em especial o Largo Pedro da Fonseca onde decorreu a maior parte da ação. 

Este é o segundo ano que o Município de Proença-a-Nova promove mais uma homenagem a este proencense e “àquilo que o próprio preconizou nas suas raízes. Além da importância enquanto filósofo e erudito, é de enaltecer esta figura maior, também no que diz respeito ao Cristianismo e ao que o Santo Lenho representa para a comunidade”, afirma João Lobo, presidente da Câmara Municipal. Pedro da Fonseca recebeu um pedaço da Cruz de Cristo crucificado pelos seus préstimos do Papa Gregório XIII em Roma. Regressado a Proença-a-Nova ofereceu-o à Misericórdia. Também o terreno onde hoje está a Capela da Misericórdia e onde é exposto o artefacto anualmente no dia de Santa Cruz, a 3 de maio, foi doado pelo próprio. 

Este ano, o destaque destas comemorações incidiu nos alunos do primeiro ciclo, que através da peça infantil “O viajante inventor”, recuaram no tempo para também conhecer Pedro da Fonseca e os seus feitos e depois visitaram a capela da misericórdia e o “santo lenho”. “O objetivo é que as nossas crianças conheçam a sua história, tenham orgulho nela e mantenham viva esta memória. É também este o papel da Universidade Sénior enquanto percursor da história junto das gerações mais novas”, conclui o presidente da Câmara Municipal. 

Durante a manhã, o reitor da Universidade Sénior de Proença-a-Nova, António Manuel Silva, explicou aos alunos do secundário da Escola Pedro da Fonseca, aos alunos da Universidade Sénior de Proença-a-Nova e aos alunos da Universidade Sénior de Mação, que vieram a convite do seu professor de história, quem foi Pedro da Fonseca. O seu trabalho é ainda hoje estudado em Universidades europeias e portuguesas. O reitor, que está a preparar um livro sobre esta importante figura, revelou que também a futura Casa da Memória em Proença-a-Nova terá um espaço dedicado a Pedro da Fonseca. O reitor preconizou um momento solene na recriação histórica, encarnando a personagem de Pedro da Fonseca. 

À noite, a música coral encheu a capela da Misericórdia com peças do século XVI, seguida da recriação que retratou o momento em que Pedro da Fonseca entregou o pedaço de madeira do santo lenho ao provedor da Misericórdia de Proença-a-Nova, no Largo Pedro da Fonseca, concluindo-se o dia com um espetáculo de fogo protagonizado pelo Grupo de Teatro Vaátão. 

Durante todo o dia, entre a Igreja Matriz e a Capela da Misericórdia, decorreu o mercadinho quinhentista, com animação de rua das “As lavadeiras” e da “Aguadeira” e música com o grupo de bombos e gaita de foles “Gaudium”, malabares e bandeiras em movimento, da responsabilidade do Grupo de Teatro Vaátão. Também os escuteiros de Proença-a-Nova participaram na decoração do Largo Pedro da Fonseca. 

Esta iniciativa é inserida no projeto “Beira Baixa Cultural” - cofinanciado no âmbito do Centro 2020, Portugal 2020 e Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional da União Europeia, promovido pela Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa (CIMBB). A próxima iniciativa acontecerá a 8 de junho com o tema “A rota dos ratinhos a caminho da ceifa” e um atelier gastronómico “o sabor das ceifas”.

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