Beatriz da Consolação Mateus Buchili continua a ser a Procuradora-Geral da República de Moçambique, por decisão formalizada nesta quarta-feira (24) pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, que substituiu ainda o vice Edmundo Carlos Alberto por Alberto Paulo.
Tendo cumprido na íntegra o mandato para que foi nomeada por Armando Guebuza Beatriz Buchili mereceu a confiança de Nyusi, e do partido Frelimo, para continuar a ser a guardiã da legalidade no nosso país.
Primeira mulher a dirigir o Ministério Público em Moçambique é casada, mãe de três filhos, licenciou-se em Direito pela Universidade Eduardo Mondlane e tornou-se Mestre em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, no Brasil.
Beatriz Buchili ingressou nos quadros da Procuradoria-Geral da República em 1992, tornou-se Procuradora Distrital em 1994, ascendeu ao cargo de Procuradora Provincial-Chefe de Cabo Delgado em 2001 e foi nomeada Procuradora Provincial-Chefe de Sofala em 2008.
Em Cabo Delgado liderou o Ministério Público na acusação contra sete polícias que teriam sido responsáveis pela morte de 119 reclusos, no ano 2000, por asfixia numa cela minúscula da cadeia distrital de Montepuez. Os agentes da polícia foram absolvidos por falta de provas. Os eram reclusos simpatizantes do partido Renamo e haviam sido detidos por contestarem os resultados da Eleiçãos Geral de 1999.
Em 2011 Beatriz Buchili foi promovida à Subprocuradora-Geral Adjunta, no Tribunal Superior de Recurso da Cidade de Maputo, e no mesmo ano foi indigitada para, em comissão de serviço, exercer a função de Secretária-Geral da PGR. Ainda em 2011 ascendeu ao cargo de Procuradora-Geral Adjunta até ser nomeada como guardiã da legalidade e 9 de Julho de 2014.
Para além dos ilícitos eleitorais que continuam a acontecer, tendo como protagonistas membros e simpatizantes do partido Frelimo que continuam impunes Buchili continua a arrastar a acusação contra os principais responsáveis políticos da violação da Constituição da República que culminou com os empréstimos de 2,1 biliões de Dólares norte-americanos à favor das empresas Proindicus, EMATUM e MAM.
A Província de Cabo Delgado continua a ser um calvário para a PGR onde agora tem de encontrar provas para acusar os cidadãos que tem sido detidos alegadamente por pertencerem ao grupo insurgente que aterroriza o Norte de Moçambique desde 2017.
Ainda nesta quarta-feira (24) o Chefe de Estado exonerou Edmundo Carlos Alberto, que ocupava desde Novembro de 2000 o cargo de vice Procurador-Geral da República, e nomeou em sua substituição Alberto Paulo, que desde Novembro de 2011 exercia o cargo de Procurador-Geral Adjunto.
Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
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