Edição
Especial 2020 adequada ao tempo de Pandemia
O Festival dos Canais, promovido
pela Câmara Municipal de Aveiro (CMA), regressa este mês e
apresenta-se numa Edição Especial, adaptando-se às limitações
impostas pelo Combate à Pandemia do Covid-19. As principais mudanças
acontecem na dimensão e nas datas do Festival, que este ano se
estende por dois fins de semana: 16 a 19 e 24 a 26 de julho.
Mantêm-se, no entanto, as
principais características do evento, continuando a ser um Festival
de rua, totalmente gratuito, que envolve a população e procura
surpreender o quotidiano dos aveirenses através de música,
performance, novo circo, vídeo e instalações, entre outras áreas
artísticas, podendo-se contar com várias estreias.
Em termos de investimento, a CMA
reduz o orçamento desta edição em -56%, passando de um
investimento de 500.000€ em 2019, para apenas 220.000€ na
presente edição de 2020, procurando um bom equilíbrio entre a
qualidade e a necessidade de redução da dimensão dos espetáculos
e aumento da segurança para todos os espectadores e participantes.
Para o Presidente da CMA “o
Festival dos Canais é já uma marca muito forte do nosso território
e da nossa gente. É fundamental prosseguir este caminho de
crescimento do evento, também ele numa lógica de adaptação ao
“novo normal”, capaz de viver bem com as novas dinâmicas da
Cidade e das Pessoas em tempos de Pandemia, dando sempre primazia à
saúde e ao bem-estar de cada um dos nossos Concidadãos e
Visitantes”, sublinhou Ribau Esteves.
O respeito pelas atuais normas de
segurança ditou várias alterações ao formato desta edição.
Será, por isso, um evento com recintos delimitados e levantamento de
bilhete obrigatório, assim como lugares fixos e devidamente
distanciados. Serão disponibilizadas máscaras a todos os
interessados e gel desinfetante para as mãos.
José Pina, diretor do Teatro
Aveirense e gestor da equipa organizadora do Festival dos Canais,
destaca que, “apesar da pandemia, o Festival mantém o seu ADN e
continua a ter uma dimensão nacional e internacional, contando com
várias estreias, entre as quais várias coproduções, sem esquecer
a atenção à criação local e o envolvimento de Colaboradores
técnicos da Região. Continua, por isso, a poder apresentar-se como
o melhor evento, multidisciplinar, no espaço público do país”.
Música em vários registos
Os concertos na Praça do Marquês
estão entre os principais destaques desta edição. Dino D’Santiago
(dia 18), Cuca Roseta (dia 24) e o saxofonista Henk Van Twillert com
Hélder Moutinho (dia 25) vão atuar neste palco do Festival dos
Canais, sempre às 21h30, naquele que será o maior recinto do evento
este ano.
Um momento especial na música será
também o cine-concerto “Surdina”, uma tragicomédia do
realizador Rodrigo Areias com música de Tó Trips. O argumento é de
Valter Hugo Mãe e o elenco conta com Ana Burstoff e António Durães,
entre outros. A sessão vai acontecer no dia 16, às 22h30, no
Conservatório de Música de Aveiro Calouste Gulbenkian.
Ainda na música, a escadaria do
Edifício Fernando Távora volta a receber vários concertos no final
da tarde, com encontro marcado a partir das 19h30.
Ali ao lado, no Claustro da
Misericórdia, a Orquestra Filarmonia das Beiras tem três atuações
agendadas para os dias 19, 25 e 26, às 18h30, com um repertório que
vai da Wolfgang A. Mozart a Franz Schubert, Julio Medaglia e Gonçalo
Lourenço, entre outros.
Estreias a ter em conta
O novo circo é sempre uma área em
destaque no Festival dos Canais e este ano há uma estreia a
assinalar. Trata-se do novo espetáculo de João Paulo Santos,
intitulado “O Outro”, num regresso ao Festival de uma das figuras
mais destacadas do novo circo nacional. A primeira apresentação
será no dia 17 às 21h30 e as restantes nos dias 18 e 19 às 15h e
às 18h00, no coreto do Parque da Cidade.
Também nas estreias, assinale-se a
nova criação da companhia Red Cloud Teatro de Marionetas. Dá pelo
nome de “Isto aconteceu de repente - distorção” e tem por base
um texto de Jorge Louraço Figueira, envolvendo marionetas, uma
atriz, cinema de animação e vídeo. Sessões nos dias 24 e 25 às
21h30 e dia 26 às 16h00, no Teatro Aveirense.
Ainda no capítulo das estreias, a
associação cultural Albergar-te vem ao Festival dos Canais
apresentar “a mais longa SINOPSE”, uma “reflexão sobre a
relação entre a arte e a sua justificação, quando achamos que a
arte não se justifica”. Espetáculo marcado para dia 16 e 17 às
22h00 e dia 18 às 23h00.
Percursos pela Cidade
Em 2020 existem vários projetos
para desfrutar em movimento. “Wave Shape”, dias 18 e 19 às
21h30, é uma fusão de escultura, som, instalação e dança na qual
a água é protagonista e que irá ser desfrutada ao longo do Canal
Central. Além da vertente performativa, inclui um conjunto de
códigos QR distribuídos para que o público possa, com o seu
telemóvel, fazer scan do código e ouvir uma música e/ou história
escolhida para cada local.
Também o projeto “Ilhas
Suspensas” propõe uma fruição em movimento. Trata-se de um
percurso a realizar de barco na Ria de Aveiro por onde se vão
desenrolando performances site
specific, seja em
pequenas ilhas ou barcos que vão cruzando o caminho do público.
Apresentações nos dias 18, 19, 25 e 26 às 12h00 e 18h00.
Outro percurso a ter em conta é
Walkduct, uma caminhada performativa em modo lunar, resultante da
colaboração do cientista Bernard Foing com artistas de Aveiro. Esta
caminhada lunar vai cruzar-se com a cidade e devolver-lhe uma
perspetiva microcósmica dos lugares, com saídas nos dias 18 e 19 às
15h00 e às 18h00.
O mesmo Bernard Foing será um dos
oradores numa conferência em torno do tema da água e sua
importância, marcada para o Centro de Congressos de Aveiro, no dia
18 às 17h00. Os outros oradores são o realizador Rodrigo Areias e o
urbanista Daniel Casas Valle.
Instalações no espaço público
A edição deste ano do Festival dos
Canais terá várias instalações artísticas na cidade. O projeto
City Lab irá trazer as obras “Totems”, de Alijia Biala e Iwo
Borkowicz (Jardim do Rossio), e “We Are All in the Same Boat”, de
Samuel Zealy (Parque da Cidade, no lago).
Na escadaria do Edifício Távora,
conte-se com “Beam Reach II”, de Pavla Beranová, numa parceria
com o festival aveirense PRISMA – Art Light Tech.
Entre a instalação e a performance
está “Água”, uma criação de Circolando, composta por três
iglôs e várias micro-histórias construídas em torno do imaginário
ligado ao elemento da água e às alterações climáticas no dia 18
às 18h00 e 21h30, dia 19 às 18h00, dia 25 às 18h00 e 21h30 e dia
26 às 18h00
São ainda várias as intervenções
de Maria Matina no Festival dos Canais, numa conjugação de
instalações, performances, jogos e conteúdos educativos. O seu
“Jardim das Brincadeiras” e a instalação “Vida” estarão no
Cais da Fonte Nova, podendo-se contar com várias atividades para os
mais novos neste local. Ao longo da cidade irão ver-se bandeiras
desta criadora com as cores do festival.
Envolvimento dos criadores locais
O Festival dos Canais tem sempre um
lugar especial para a criação local, pelo que este ano não será
exceção. Além de alguns nomes já referidos, conte-se com a LP
Dance e o seu espetáculo “Sal”, na Marinha da Noeirinha, assim
como apresentações do Dancenter no Claustro da Misericórdia, sem
esquecer os habituais desenhos dos Aveiro Sketchers, inspirados nos
espetáculos do festival, e uma proposta performativa e formativa de
Madina Ziganshina.
FESTIVAL DOS CANAIS - Cidade
de Aveiro
16 a 19 e 24 a 26 de julho
Entrada livre
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