quinta-feira, 9 de julho de 2020

Fake news por omissão, pandemia e direito de saber

Sfake news é mentira, convém lembrar que ela sempre existiu na História. A Igreja sempre a condenou. “Deus tem horror à boca mentirosa”.
Se a fake news prejudica a imagem do próximo, ela se chama difamação, podendo ser calúnia. E a Igreja sempre a condenou.
Se fake news é a divulgação distorcida ou falsa de um fato, deve-se dizer que sua grande promotora é a mídia, que vive divulgando e propagando o pânico.
A sarabanda midiática, o bombardeio do público, o alarmismo consciente e voluntário, a subtração de notícias verdadeiras e positivas a respeito do coronavírus já podem figurar no Guinness World Records como a maior Grande Peur (grande medo) da História.
A maior Fake News da História … até 2019
Comenta Plinio Corrêa de Oliveira: “Os que estudam a história da Revolução Francesa se deparam logo de início com um episódio incrível, desconcertante, mas profundamente significativo, que é conhecido pelo nome de La Grande Peur – o grande medo.
“Logo após o motim de 14 de Julho [de 1789] — que teve como consequência a queda da Bastilha, a célebre prisão onde jamais poderiam ser presas outras pessoas que não as da nobreza — espalhou-se por toda a França um pânico absurdo, que agitou loucamente todas as camadas da população. Foi assim que, simultaneamente, em todas as cidades, vilas, aldeias, e até no menor burgo do território francês, ganhou corpo o boato de que nas imediações se achavam grandes bandos de salteadores armados, que em breve iriam iniciar o saque e a destruição.
“O terror foi enorme, embora não pudesse ser mais tolo e irrefletido. Os habitantes dos campos buscavam refúgio nas cidades e, inversamente, os das cidades fugiam para os campos. Além disso, estas turbas, tangidas pelo medo, invadiam os quartéis e tomavam as armas que encontravam, a fim de se defenderem contra os bandidos.
“É fácil calcular as consequências desta tremenda comoção coletiva para o prosseguimento da Revolução. Em primeiro lugar, a desordem social e a perturbação dos espíritos, que forneciam campo fecundo à atividade dos demagogos e arruaceiros; depois, o desarmamento das guarnições e, pelo contrário, o armamento do povo amotinado. Não poderia haver início mais auspicioso para uma revolução.”1
Clara omissão e desinformação da mídia
A presente pandemia está sendo tratada pela mídia à maneira “do grande medo” de 1789. E o vem superando…
Está a seu alcance, leitor. Quantos sabem que no Brasil já se curaram um pouco mais de um milhão de pessoas? Quantos sabem que o serviço médico brasileiro é responsável por 15% das curas no mundo?
Quantos estão a par dos protocolos absolutamente originais, eficazes, implantados em algumas cidades?
Figure-se agora o leitor lendo as manchetes de nossos principais jornais, TVs e rádios. O Brasil ultrapassou a cifra de um milhão de recuperados!
O Brasil responde por 15% das curas em todo o orbe.
Não deveriam os senhores bispos agradecer a Divina Providência?
Não é bem verdade que o nosso público tem o direito de saber estas coisas?
A responsabilidade da imprensa
“Esta consciência clara deve ir de par com a compreensão exata da missão que é própria a cada um. Com efeito, a imprensa não restringe sua função à mera informação, mas ela quer formar, em outras palavras, ela se propõe a educar.
“A bem dizer, ninguém negará que os órgãos de imprensa não são apenas meios de expressão da opinião pública, mas também instrumentos de formação, e por conseguinte, às vezes, igualmente de deformação da opinião pública.
“Ora, a educação não é outra coisa senão o respeito aos valores do homem. Esta educação é lenta e as inclinações perversas podem ser mortais para ele, se não for suficientemente defendido. Esta educação, segundo a velha concepção socrática, sempre boa, consiste em fazer sair à luz, da intimidade do espírito humano, a vida, a perfeição. Em consequência, educar não poderá jamais ser injetar veneno, fomentar deliberadamente as más inclinações, contribuir para empanar e até oprimir e aviltar a dignidade humana!” (Palavras do Papa João XXIII aos jornalistas católicos, 1959).2
Concluindo
A opinião pública está sendo comprimida por duas tenazes: pelo bombardeio de notícias negativas que produzem pânico e pela escandalosa omissão de notícias positivas, reais, das vitórias do Brasil na luta contra o coronavírus.
Trata-se a nosso ver de fake news por ação e por omissão.
Lembramos as palavras severas do Papa João XXII: “Educar não poderá jamais ser injetar veneno”.
ABIM
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