quarta-feira, 28 de outubro de 2020

CORONAVÍRUS Pandemia encolheu reservas de sangue. IPST e hospitais garantem que colheitas são seguras

 


Isabel Paulo

ISABEL PAULO


IPO DO PORTO CONFIRMA RESERVAS EM BAIXA

Ao Expresso, Luísa Lopes dos Santos, diretora do serviço de Imuno-Hemoterapia do IPO do Porto, confirma que as reservas de sangue da instituição, como de outros hospitais do país, se encontram em baixa, tal como sucedeu em março e abril devido ao confinamento. “Além dos constrangimentos de deslocação nesta altura, é normal que alguns dos nossos dadores tenham medo neste contexto de pandemia”, refere a especialista, embora recuse que as reservas “estejam de modo algum esgotadas”.


De acordo com Luísa Lopes dos Santos, é natural que os dadores estejam mais retraídos nos seus domicílios por mero receio de contágios ou por eventualmente terem estado em quarentena, apelando a que se dirigem espontaneamente ao serviço de recolha do IPO. “Não há risco de contágio, os profissionais de saúde cumprem todas as regras da DGS e o espaço está devidamente desinfetado”, afiança, pedindo a médica às entidades patronais que facilitem a ida dos dadores aos serviços de colheita de sangue.


A diretora do serviço de Imuno-Hemoterapia assegura, contudo, que não há cirurgias canceladas nem tratamentos adiados por falta de sangue, nem antecipa que tal venha a acontecer, até as instituições de saúde funcionam em rede. “Os doentes não covid já foram bastante prejudicados nos primeiros meses do surto”, lembra, referindo que para precaver falhas o IPO está desde a passada semana a enviar SMS aos seus dadores regulares darem sangue.


Luísa Lopes dos Santos adianta que os dadores não têm de fazer testes à covid-19 e que a despistagem de contágios é efetuada no inquérito antes da colheita, tendo os dadores o dever de comunicarem se testarem positivo nos dias posteriores à dádiva, “mesmo que não haja evidência de transmissão do vírus por via sanguínea”.


Ao contrário do IPO, fonte do Centro Hospitalar do Santo António alega que não há evidência de quebra do número de dadores habituais do banco de sangue desta instituição devido à pandemia, quer em abril e maio, como agora na segunda vaga. “O banco de sangue é nacional, por isso são normais as trocas entre hospitais e o IPST", refere fonte do serviço de hematologia do Santo António, que frisa que até agora a reserva hospitalar não regista maiores constrangimentos do que o habitual.


Fonte do Hospital de São João também adianta estar a sensibilizar os dadores para continuarem a dar sangue, embora refira que as reservas são para já adequadas.


MAIS JOVENS CONVOCADOS

Para doar sangue, a Fepodabes explica em comunicado que na colheita consiste na recolha de cerca de 450 mililitros de sangue e não demora mais de 30 minutos. A idade para ser dador é 18 anos, ter no mínimo 50 quilos e ser saudável. Antes da dádiva, a Fepodabes recomenda que se deve tomar o pequeno-almoço, caso o processo seja realizado de manhã, ou esperar três horas se for após o almoço.


O dador deve ainda hidratar-se com líquidos como a água ou o chá no dia anterior e no próprio dia e grandes períodos de exposição solar devem ser evitados. Já depois do procedimento, o dador deve continuar a hidratar-se e deve evitar grandes períodos de exposição solar e exercício físico “A pandemia não deve ser motivo de medo. Estamos preparados para receber todos os que nos queiram ajudar, adotando todos os cuidados necessários”.



Fonte: https://expresso.pt/coronavirus/2020-10-27-Pandemia-encolheu-reservas-de-sangue.-Federacao-de-Dadores-e-hospitais-garantem-que-colheitas-sao-seguras

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