O candidato comunista às eleições Presidenciais usou o discurso no Congresso para criticar Marcelo Rebelo de Sousa e se afirmar como uma alternativa.
João Ferreira, candidato presidencial do PCP, subiu ao palco do XXI Congresso para falar apenas sobre eleições Presidenciais, num discurso marcado quase totalmente por críticas a Marcelo Rebelo de Sousa. Protagonista de uma campanha que "mais do que necessária" é "indispensável e insubstituível", pede "coragem e confiança" e promete que "ninguém calará" a "força do povo".
"O Presidente da República contribuiu, direta ou indiretamente, para degradar as condições de vida dos trabalhadores portugueses", começou por acusar João Ferreira. O que está na Constituição não pode ser "letra morta" e o candidato considera que o atual Presidente da República não cumpriu.
A ação de Marcelo Rebelo de Sousa deixou, segundo João Ferreira, "mais vulneráveis os jovens em busca da sua autonomia e realização pessoal com a promulgação de alterações gravosas às leis laborais". Nos últimos anos, houve "uma ação que contribuiu sempre para conter e nunca para promover a necessária evolução dos salários", mas que também serviu para "pôr em causa o SNS" e onde, no confronto entre público e privado, Marcelo "tomou sempre o partido" dos "interesses dos grupos económicos e financeiros".
O candidato presidencial aponta o dedo a Marcelo Rebelo de Sousa por só se ter preocupado com o "interior abandonado (...) depois da catástrofe" e ainda porque "não valorizou a cultura e os que nela trabalham, nem a escola pública e os seus dedicados obreiros".
A pandemia da Covid-19 é também usada por João Ferreira para tecer críticas a Marcelo, já que considera que o Presidente da República utilizou este momento e "contribuiu para fragilizar direitos, liberdades e garantias", algo que na visão do candidato comunista "a emergência sanitária não justifica".
João Ferreira acredita que um Presidente da República "não pode deixar de mobilizar o povo para uma mudança de curso na vida nacional" e realça que as próximas Presidenciais "para o bem ou para o mal" vão "influenciar" a vida nacional.
Inês André Figueiredo / TSF
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