O Presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou hoje que os violentos protestos ocorridos no Capitólio foram "um ataque sem precedentes à democracia" do país e instou Donald Trump a por fim à violência.
Numa declaração ao país, Joe Biden abordou os protestos que ocorrem esta tarde no Capitólio, na cidade de Washington, onde os membros do congresso estavam reunidos para formalizar a vitória de presidente democrata, nas eleições de novembro.
"Trata-se de um ataque àquilo que é mais sagrado para os norte-americanos", afirmou.
No discurso, Joe Biden exigiu que o ainda presidente Donald Trump fizesse imediatamente um discurso televisionado para pedir aos seus apoiantes que cessassem os atos de violência.
"Ser americano é ter honra e tolerância", vincou.
A sessão de ratificação dos votos das eleições presidenciais dos EUA teve de ser interrompida devido aos distúrbios provocados pelos manifestantes pró-Trump no Capitólio.
Para enfrentar os protestos, e correspondendo ao pedido da presidente da câmara de Washington, Muriel Bowser o governador do estado da Virgínia, o democrata Ralph Northam, anunciou o envio de membros da unidade estadual da Guarda Nacional, assim como 200 membros da polícia da sua unidade administrativa.
Northam recorreu também à rede social Twitter para anunciar que estava "a trabalhar de perto" com Bowser, com a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, e com o senador Chuck Schumer para "responder à situação" na capital norte-americana.
Milhares de manifestantes tinham-se reunido hoje em Washington, protestando e contestando a vitória do democrata Joe Biden.
Num comício em frente à Casa Branca, Trump pediu aos manifestantes para se dirigirem para o Capitólio e fazerem ouvir a sua voz, em protesto do que considera ser uma "fraude eleitoral", tendo mesmo dito que "nunca" aceitaria a sua derrota nas eleições de 03 de novembro.
Desde então, Trump voltou a pedir aos manifestantes que hoje invadiram Capitólio que se mantenham pacíficos, meia hora depois de uma outra mensagem no mesmo sentido, mas sem apelar ao fim dos protestos.
"Peço a todos no Capitólio dos EUA que permaneçam pacíficos. Sem violência! Lembrem-se, NÓS somos o Partido da Lei e da Ordem - respeitem a Lei e os nossos fantásticos homens e mulheres de azul", escreveu Trump na rede social Twitter, numa referência aos agentes das forças de segurança.
Pouco mais de meia hora antes, Trump fizera um apelo semelhante na mesma rede social: "Por favor apoiem a nossa Polícia do Capitólio e as forças de segurança. Eles estão verdadeiramente do lado do nosso País. Mantenham-se pacíficos!".
Minutos depois, agentes de segurança começaram a evacuar escritórios do Capitólio, por razões de segurança e, de seguida, aconselharam a suspensão dos trabalhos na Câmara de Representantes e no Senado.
Os trabalhos de discussão da contagem de votos eleitorais ficaram assim, para já suspensos, enquanto canais televisivos transmitem imagens de distúrbios nas escadas do Capitólio.
Vários legisladores, incluindo republicanos, usam as suas contas na rede social Twitter para criticar a ação dos manifestantes, dizendo que não se vão deixar intimidar pela sua presença ou pelos seus apelos para que a contagem de votos do Colégio Eleitoral seja rejeitada.
Lusa
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