As autoridades de saúde irlandesas recomendaram a suspensão da administração da vacina AstraZeneca contra a covid-19 como "medida de precaução", após relatos de casos de formação de coágulos sanguíneos em pessoas vacinadas na Noruega.
O Comité do Programa de Vacinação na Irlanda recomendou esta medida, já em vigor em vários países, em nome do "princípio da precaução" a partir de hoje.
Esta recomendação foi emitida depois de um relatório da Agência Norueguesa de Produtos de Saúde ter reportado "quatro novos casos graves de coágulos sanguíneos em adultos" depois de terem recebido a vacina do laboratório anglo-sueco.
A Noruega, a Dinamarca e a Islândia anunciaram na quinta-feira a suspensão das injeções da vacina da AstraZeneca contra a covid-19, invocando o princípio da "precaução" devido aos receios relacionados com a formação de coágulos sanguíneos.
A Bulgária fez o mesmo na sexta-feira e a Tailândia atrasou a sua campanha.
Já no início desta semana, a Áustria parou de administrar um lote de vacinas da AstraZeneca após a morte de uma enfermeira, de 49 anos, devido a "graves problemas de coagulação" alguns dias após ter sido vacinada.
Em resposta, o grupo farmacêutico disse na sexta-feira que a sua vacina não implica qualquer "risco agravado" de formação de coágulos sanguíneos.
Com base "numa análise dos dados de segurança que abrangem mais de 10 milhões de casos registados, não encontrámos indícios de risco acrescido de embolia pulmonar ou trombose", sublinha o laboratório em comunicado, acrescentando que, "de facto, os números deste tipo [de problemas médicos] são muito mais baixos nos que são vacinados em comparação com o que seria de esperar na população em geral".
Também na sexta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que "não há razão para não usar" a vacina contra a covid-19 da AstraZeneca, após a sua utilização ter sido suspensa em vários países europeus como medida de precaução.
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA, sigla em inglês) afirmou, no entanto, ser "provável" uma relação causal em pelo menos algumas das "41 notificações de possível anafilaxia [reação alérgica grave] entre cerca de cinco milhões de vacinações no Reino Unido".
A EMA defende que as alergias graves devem ser adicionadas à lista de possíveis efeitos secundários da vacina, mas que esta permanece segura.
Lusa
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